sábado, 28 de janeiro de 2012

21- Na Riqueza ou Na Pobreza

PDV da Allanis

   Naquele exato momento, eu e Pattison estávamos num avião rumo à Nova York. Faltava 1 dia para o nosso casamento. Era bom começar a preparação.
-A gente tem que agradecer à Ana – disse Pattison
-Se não fosse por ela, teríamos que aguentar os bebuns de ressaca – eu dei uma risada
   A aeromoça avisou no alto-falante que o avião estava prestes a pousar. Logo, eu estaria aterrissando no lugar onde eu iria meu casar. Eu mal me aguentava de tanta ansiedade.
   Alguns minutos depois, o avião aterrissou e nós dois pegamos nossas malas. Paramos no ponto de táxi para nos despedir. Iríamos para lugares diferentes, honrando a tradição que diz que o noivo não pode ver a noiva antes do casamento.
-Pra onde você vai? – ele perguntou
-Pro salão de beleza – respondi – Tenho hora marcada. Logo, logo, as meninas vão chegar pra me fazer companhia. E você?
-Pra um hotel aqui perto – ele respondeu – Não preciso me arrumar tanto como você. Garotas...
-Garotos... – eu disse, rindo
   Dei um beijo nele e entrei num táxi. Dei o endereço ao motorista e peguei meu celular em seguida. Haviam 8 ligações perdidas de Nath. Retornei as ligações.
-Sua maluca! – ela gritou, ao atender
-Oi pra você também – eu disse, sarcasticamente
-Você nos deixou desesperados! Achamos que foi abduzida! – disse Nath
-E fui sim. A visão aqui em Marte é horrorosa
-Engraçadinha – ela disse, mal-humorada – Já estamos no voo para NY. Beijos
-Pra você também
    Encerrei a ligação e continuei a checar as outras chamadas perdidas. Havia uma mensagem de voz. Era de Olivia, minha secretária na T.E.T.A.

“Allanis, onde você está? Retorne a ligação, por favor! É urgente!”

   Só isso.
   Comecei a ficar preocupada, então liguei de volta, como ela pediu.
-Até que enfim! – Olivia exclamou – Por onde você andou?
-Estou em Nova York – respondi – Por quê?
-Nova York?! Esquece, preciso que volte para a Califórnia. Você tem uma reunião
-Cancele, ué! Eu posso fazer isso, sou a chefe
-Uma reunião com a OMT (Autor: Organização Mundial de Turismo, pra quem não sabe). Eles querem fazer um acordo de parceria
   Fiquei muda de repente. A maior empresa de turismo do mundo querendo uma parceria com a T.E.T.A.? Eu não podia perder essa chance.
   Tapei o fone do celular com a mão e falei pro motorista:
-Volte pro aeroporto – ordenei
-Como é? – ele exclamou, irritado
-Não discuta, sou eu quem está pagando – retruquei
   Depois, voltei a falar com Olivia.
-Estou voltando pro aeroporto. Vou pegar o próximo avião para Hollywood – eu disse, encerrando a ligação.
   O casamento seria no dia seguinte, à noite. O salão de beleza podia esperar. Essa reunião, não.
***
   Não esperei muito para pegar o próximo avião para Hollywood. Quando cheguei ao aeroporto, o último do dia saia em 20 minutos. Com sorte, chegaria em Hollywood antes das 17h
   Assim que entrei no avião, meu telefone tocou. Era Matheus.
-Onde você tá, mulher? – ele perguntou
-Hã... Indo para Hollywood de novo – respondi
-O quê? Tá maluca?! – ele exclamou – Isso virou o que? Viagem ao mundo?
-Por favor, fecha o bico. Tenho uma reunião importante. Devo chegar a tempo para o casamento. Fecha o bico, pelo amor de Deus
-Ok, ok. Vou dizer que você tá presa no banheiro do hotel com dor de barriga.
   Ele encerrou a ligação antes que eu pudesse responder. Quando tentei retornar, um aviso de “o celular está desligado ou fora de aérea” apareceu. Ele ia me pagar quando eu voltasse para Nova York.
   Depois de algumas horas de voo, finalmente cheguei a Hollywood. A primeira coisa que fiz foi passar na mansão pra pegar meu carro e ir pra T.E.T.A. Não pude deixar de notar que mansão ficava assombrosa quando estava vazia.
   Assim que cheguei na T.E.T.A., meu celular tocou. Dessa vez, era Isa.
-Você tá bem? – ela perguntou – O Matheus disse que você tá com dor de barriga
   Matheus Rocha, eu te mato.
-É que eu comi um crepe de camarão. Provavelmente estava estragado – menti
-Boa sorte, então – ela disse
-É, vou precisar
   “Vou precisar”? Depois dessa, nunca mais vou poder olhar Isa na cara de novo.
   Corri até a recepção, onde Olivia me esperava.
-Até que enfim, Allanis! – ela exclamou – Os caras da OMT já estão te esperando na sala de reuniões.
-Ok, já estou indo pra lá – eu disse
   Caminhei pelo corredor até a sala de reuniões, que ficava no fim do mesmo. Lá dentro, haviam 15 caras de ternos – nenhum com menos de 40. Me senti a ovelha negra ali dentro.
-Boa tarde – eu disse
   Ninguém me respondeu.
-Então... tá. Vamos começar? – eu disse, me controlando para não mostrar raiva
-Vamos – disse um deles
-Então, qual é a proposta de vocês? – perguntei
-A proposta – disse outro – é que a gente consiga fechar um contrato de 1 milhão
-O quê? Mas isso é uma mixaria! – exclamei – Para uma parceria seria necessário 5 milhões, no mínimo. Não dá pra expandir mundialmente só com 1 milhão
-Olha, srta. Rodrigues – disse o primeiro – Você não está em condições de negociar. Se não fecharmos esse acordo, a prejudicada será você
   Por mais que eu detestasse admitir, eles estavam certos. Mas eu não podia deixar que eles me enrolassem daquele jeito.
-3 milhões e não se fala mais nisso – eu disse
-Ora, srta. Rodrigues, vejo que essa reunião foi uma perda de tempo – disse o segundo
   Eles se levantaram e se prepararam para ir, mas eu os interrompi, dizendo:
-Espera! – eu os interrompi – Não podemos remarcar essa reunião? Para pensarmos melhor?
-Amanhã, às 18h – disse o primeiro
   E então, se foram. Mas havia um problema: amanhã, às 18h, seria meu casamento!

CONTINUA...

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