segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

18- Os Dois Lados da Mesma Moeda

PDV da Nath

    Eu estava em meu escritório na GNO, arrumando as papeladas da empresa. Sempre havia alguma dor de cabeça pra mim, como processos ou problemas técnicos da revista, mas nada grande demais a ponto de me desorganizar.
    No meio da arrumação, o telefone do meu escritório tocou. Era Kim, a secretária.
-Pode falar, Kim – eu disse
-Tem uma moça aqui, querendo falar com você. Diz que é sua amiga – disse Kim
-Ok, manda ela subir – respondi
    Desliguei o telefone e voltei à arrumação. Na mesa do meu escritório também havia um jornal, deixado pela Kim, no qual a página principal falava de uma série de roubos a bancos a Hollywood. Nada incomum.
    De repente, a porta do escritório se abriu e Letícia entrou. Letícia era uma amiga minha de infância, que eu não via há muito tempo. Ela era hippie – uma das poucas dessa raça em extinção – e usava um grande óculos escuros, uma calça boca-de-sino, uma blusa cheia de desenhos de flores e tinha um longo cabelo loiro ondulado.
-Letícia, quanto tempo! – exclamei
    Me levantei da cadeira e corri para abraçá-la.
-Só... – disse Letícia – Eu me mudei para os “States” e resolvi fazer uma visitinha
-Claro, claro! Sem problema algum! – eu disse, empolgada
    O lado bom de ser chefe é que você pode sair a hora que quiser. Levei Letícia até minha casa, onde poderia hospedá-la, e depois a levei até a mansão para apresentá-la ao pessoal.
-Pessoal, essa aqui é a Letícia –eu disse
    Eles pareceram um pouco surpresos ao ver as roupas dela.
-Sim, eu sou hippie – disse Letícia, enfim – Mas e aí? Tudo beleza?
-Tudo. É sempre bom reviver o passado – brincou Ana
-Já é... – Letícia responder, sem perceber o sarcasmo de Ana
    Lancei um olhar de reprovação na direção de Ana pela brincadeira. Logo em seguida, eu a apresentei ao pessoal e depois a levei de volta para a minha casa.
-Eric, Cecília, sejam legais com a tia Letícia, ok? – eu disse
-Pode deixar – os dois disseram juntos
    Mostrei à Letícia o quarto onde ela ia ficar e a deixei desfazendo as malas. Depois, fui até o meu quarto, onde Marcelo me esperava.
-E aí? O que achou dela? – perguntei
-Parece ser gente boa – disse ele – Você tem bom gosto até pra amizades
-E para o marido também – eu disse, com um sorriso
    Eu dei um beijo nele e me deitei para dormir.
***
    No meio da noite, lá pelas 02:30, ouvimos um estrondo vindo da cozinha e um grito de Cecília. Eu e Marcelo nos levantamos da cama rapidamente.
-Cecília! – gritou Marcelo
    Quando saímos do quarto, vimos Cecília parada no corredor, com uma expressão de medo.
-Cecília? Você tá bem? O que te assustou, querida? – perguntei
    Sem dizer nada, ela apontou em direção à cozinha. Lá estava Letícia, mas bem diferente. Seu cabelo, ao invés de loiro e ondulado, agora estava preto e liso. Suas roupas, ao invés de largas e coloridas, agora eram de couro e pretas. E ela usava um óculos do tipo que os bandidos dos filmes usam. Ao redor dela, todos os objetos da cozinha flutuavam, energizados.
    Assim que notou minha presença, ela lançou uma panela de pressão contra meu estômago.
-Mãe! – gritou Eric
-Vai pro seu quarto. Vocês dois – disse Marcelo para Eric e Cecília
-Eu tô legal – eu disse
    Quando eu e Marcelo nos viramos, Letícia já tinha sumido. Eu e Marcelo fomos até a mansão e explicamos a situação à Matheus, Allanis e Isa.
-Deixa eu ver se entendi bem: - disse Matheus – uma hippie violenta? Isso é quase como violar as leis da física
-Vão ajudar ou não? – eu disse, impaciente
-Tá, foi mal, foi mal – disse ele
-Podemos ajudar sim – disse Isa
-Ótimo! – disse Marcelo – Tome conta de Eric e Cecília enquanto nós saímos, ok?
     Eu, Marcelo, Matheus e Allanis fomos para a rua, procurando por Letícia.
-Alguma ideia de onde ela esteja? – perguntou Allanis
-Que tal seguir aquela trilha? – sugeriu Marcelo
     Ele apontou para um rastro que vinha da nossa casa. Mas era um rastro diferente: não havia grama por onde ele passava, como se a grama tivesse sido evaporada; e a terra parecia apodrecida. Era como se aquele rastro acabasse com qualquer tipo de vida.
    Seguimos o rastro – que, aliás, era um longo rastro – e fomos parar do outro lado de Hollywood.
-É, - disse Allanis – o rastro acaba aqui
    Havíamos chegado a uma casa abandonada no meio da floresta. Olhei pela janela e vi Letícia, agora com suas roupas de hippie novamente, dormindo junto a uma pilha de dinheiro e várias joias. Foi aí que me lembrei da matéria de jornal que falava sobre uma série de assaltos a bancos. Era Letícia.
-Deixem isso comigo – eu disse
    Entrei na casa abandonada e andei em direção à Letícia, mas fui interrompida quando Chrono – um mutante viajante do tempo que não víamos há muito tempo – apareceu na minha frente.
-Chrono? – eu disse, surpresa – O que faz aqui?
-Vim te alertar – disse ele – Sua amiga não está bem. Física e psicologicamente. O corpo dela está deteriorando toda matéria sólida que toca. Tome cuidado.
-Vou tomar – respondi
    Passei por ele e me abaixei na direção de Letícia. Dava pra ver que o dinheiro no qual ela se deitava estava derretendo.
-Letícia, está me ouvindo? – eu disse – Eu soube que está com problemas. Me diz o que é
    Rapidamente, ela se levantou e agarrou meu pulso.
-Me ajuda – ela suplicou
    Gritei de dor. Senti meu pulso queimar conforme ela o apertava. Marcelo arrombou aporta e usou seus poderes para lançar todo objeto de metal da casa na direção de Letícia. Ela caiu, aparentemente desmaiada, e largou meu pulso. Conforme ela fez isso, tive uma visão assustadora: meu pulso agora estava em carne viva. Dei mais um grito de dor.
-Venha cá – disse Chrono
   Ele colocou a mão em meu pulso e ele ficou curado.
   Quando olhei de novo, Letícia estava de pé. E agora seu corpo parecia estar dividido: de um lado ela usava as roupas de hippie; do outro, as roupas de valentona.
-Me desculpa – ela disse
    Então, ela deu um grito de dor e sumiu. Simplesmente sumiu.
-Que coisa mais... estranha – disse Matheus
    Chrono se aproximou de mim e colocou a mão em meu ombro.
-Ela tem poder de radioatividade – ele explicou – mas, além disso, ela tem um problema psicológico: dupla personalidade
-Como o Lucas, daquela vez? – perguntei
-Não, aquilo foi proposital – ele respondeu – Nesse caso, é uma doença de verdade. As duas personalidades entraram em choque, não sabem mais quem é que controla. Com isso, os poderes dela saem do controle. Não se sabe o que pode acontecer. Ela pode matar várias pessoas com a radiação. Da próxima vez que vê-la, terá que matá-la
    Me virei para abraçar Marcelo e comecei a chorar.
-Ela era minha melhor amiga – eu disse, entre lágrimas
-Sinto muito – disse Marcelo, me abraçando – Eu sinto muito

Fim do PDV da Nath

2 comentários:

  1. kkk' Tadinha, mal entro na história e ja tem q' morrer # Morrediabaaa kkk'
    Lembrei do ''Duas caras'' do batman XD

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  2. Sóóóó... É o poder da flor, ae! kkkkkkkkk'

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