domingo, 27 de maio de 2012

Chegou a hora de se despedir

     É, o tão esperado fim chegou. Depois de 2 anos de Saga Voture, finalmente a história se encerrou. Houveram perdas, chegadas, batalhas, e muitas outras emoções.
     Sempre teremos essas personagens tão queridos em nossos corações, mesmo com a história tendo se encerrado. E sempre poderemos reler as histórias e relembrar de todas as emoções dessa grande história!
     O fim chegou. O que achou? Gostou do desfecho da história? Achou que ficou faltando algo? Achou que algum personagem merecia um desfecho melhor? Ou gostou de como terminou a história de todos? Deixe aqui sua opinião!
     Foi muito bom contar com o apoio de vocês, como leitores e seguidores. Muito obrigado por tudo, e adeus!

52- Adeus (Parte 3) (O Último Capítulo)

-Não! – Nath e eu exclamamos juntos
    Nós dois fomos até Lucas, que estava caído no chão, com a mão sobre o ferimento, que jorrava sangue.
-Você vai ficar bem, a gente vai te ajudar – disse Nath
-Eu gostaria de acreditar nisso – disse Lucas, com a voz fraca
-Então acredite – eu disse
   Pedi que Nath fizesse companhia a Lucas, enquanto eu cuidava de Leandro. Era hora de dar um basta.
-Olha só! O bebezinho ficou irritado! – disse Leandro, ironicamente
    Sem dizer nada, avancei contra Leandro. Foi quando algo estranho ocorreu. Tudo ao meu redor se tornou sombras. Em seguidas, Leandro estava caído no chão.
-Mas o que...? – ele disse, surpreso
    Eu estava igualmente surpreso, mas ao mesmo tempo, feliz. Não havia hora melhor para descobrir um novo poder.
-Esse dia está começando a ficar melhor – eu disse
    Aproveitei a chance para contra-atacar e usei minha recém-achada super velocidade para golpear Leandro por todos os lados. Chutei suas costas e soquei seu tórax múltiplas vezes. Arranquei seu último chifre. O peguei pelo pé e o arrastei no asfalto.
-Isso é por tudo que me fez passar – eu disse, furioso – Por tentar, e conseguir, matar quase todos os meus amigos. Por matar meu filho!
    Ainda segurando-lhe pelo pé, eu o lancei várias vezes contra o chão.
    Depois de tanto golpeá-lo, Leandro desmaiou. Eu me ajoelhei e tentei repor o fôlego. Neste exato momento, ele segurou minha perna com uma das mãos. Sem pensar duas vezes, peguei minha katana e a usei para decapitá-lo.
-Eu não acredito. Eu venci – eu disse, perplexo – Eu venci! Eu venci! – gritei de felicidade
    Chrono reapareceu. Ele estava batendo palmas para mim.
-Você viu isso? Eu venci! Não devíamos comemorar? – exclamei, feliz
-Na verdade, - disse Chrono, sério – você deveria falar com Lucas antes
    Nath estava ajoelhada ao lado de Lucas, que já estava bem pálido. Ela segurava a mão do amigo e conversava com ele, com lágrimas escorrendo pelas bochechas.
-Ah, aí está você – disse Lucas, já com a voz fraca – Até que enfim você acabou com aquela praga. Já estava achando que você não ia dar conta, fracote como você é... – ele riu
-Sh... Não se preocupe, você vai ficar bem – eu disse – Chrono pode dar um jeito nisso
-Sinto muito, mas vocês estão fora da época correta de vocês, o que significa que todas as suas ações são permanentes – Chrono explicou – Leandro morreu, e isso é permanente. Infelizmente, isso também se aplica ao Lucas
-O quê? Não... Não. Não! – exclamei – Por que você não disse nada?
    Chrono fechou os olhos e suspirou. Ele não parecia sentir remorso ou culpa, mas dava pra ver que ele sentia pelo Lucas.
    Eu iria começar a discutir com ele, mas Nath me impediu.
-Matheus, está quase na hora... Venha se despedir – ela disse, com a voz baixa
-Desculpa pelo que eu disse – disse Lucas – Você e Jessica não são só sexo. Vocês se amam. Não deixe ela escapar, ela é a melhor cunhada que eu tive – ele brincou
    Dei um riso, apesar de meus olhos já estarem repletos de lágrimas.
-Pode deixar – eu disse
-E Nath, da próxima vez que der uma festa de gala, não deixe o Matheus fugir – Lucas brincou – E também não sirva bebida, vocês já bebem demais
-Qual foi! Essa é a parte divertida! – Nath sorriu, tentando conter as lágrimas
-Uma última coisa... – disse Lucas – Diga à Jenny que eu a amo
-E quanto à Julie? – perguntei
-Ela sempre soube – ele respondeu
    Então, Lucas parou de falar e seus olhos encararam o vazio. Nesse exato momento, Nath me abraçou e desabou em lágrimas. Fechei os olhos e tentei continuar calmo.
    Antes de Chrono nos levar de volta à nossa época, pedi outro favor a ele.
-Pode nos levar 7 anos no futuro? Para a nossa adolescência? – pedi – Mais especificamente, para o dia da prova com direito à uma viagem para a Alemanha
    Nath me encarou com um olhar como se perguntasse se eu tinha certeza disso. Respondi que sim, com um meneio de cabeça.
    Chrono sabia exatamente o que eu queria, então nos levou até a sala da escola onde estavam as provas. Entre elas, estavam as provas de Allanis e Lucas.
-Você quer mesmo fazer isso? – Chrono perguntou – O futuro pode mudar completamente. Foi por causa dessa prova que seus amigos se reencontraram. Se você as destruir... vocês podem nunca mais se encontrar de novo
-É exatamente isso que eu quero – respondi
    Antes de pegar as provas de Lucas e Allanis, me virei e abracei Nath.
-Eu não sei se a gente vai se ver de novo, então... adeus – eu disse, abraçando-a
-Se cuida, tá? – ela disse, com os olhos marejados – E para de beber. Lucas tinha razão, a bebida não nos faz bem – ela sorriu
-Isso eu não posso prometer – brinquei
-Adeus
    Então, criei um vórtice e joguei ambas as provas dentro dele. Assim, eles nunca ganhariam o concurso, nunca viajariam para a Alemanha... e nunca se reencontrariam com o pessoal.
-Ok, Chrono. Estamos prontos – eu disse
    Chrono ajustou seu relógio de bolso e voltamos ao nosso tempo certo.
    Ouvi o despertador tocar e, bem cansado, abri meus olhos. Eu estava deitado em minha cama... com Jessica ao meu lado.
-Bom dia, bela adormecida – ela disse, me beijando
-Hã... Bom dia – eu disse, um tanto surpreso. Se Chrono disse que a realidade ia mudar, imaginei que eu e Jessica não estaríamos juntos – Sabe, estou tentando lembrar de como nós nos conhecemos, mas não consigo
-Eu me lembro como se fosse ontem – disse Jessica – Eu tinha ido a um bar, fugido de casa. Você estava lá também, tinha acabado de chegar na cidade. Me ofereceu um drink, eu agradeci. Começou a tocar uma música, você me chamou para dançar. Mais tarde, aconteceu. Era pra ser um lance de uma noite, mas no dia seguinte, acabei descobrindo que minha nova casa ficava ao lado da mansão da sua banda. Você começou a flertar comigo e... bom, pra encurtar, aqui estamos nós. Casados
-Você gosta mesmo dessa história, hein? – brinquei
    Parei para prestar atenção na história e fiquei bastante surpreso. Eu e Jessica nos casamos! E a mansão não foi destruída!
-Vá arrumar o café pro pessoal, eu já vou – disse Jessica
    “O pessoal”? Assim que ela disse isso, pulei da cama e desci as escadas correndo. Na cozinha estavam Nath, Ana, Allanis, Bianca, Isa e Karol. Corri para abraçá-las.
-Nossa, quanta animação! – disse Bianca, um pouco assustada
-Sai, grude. Que nojo! – Ana brincou
-Eu só estou feliz – sorri
    Peguei a cafeteira e despejei o café rapidamente na xícara de todos.
-Sou só eu ou a felicidade dele está muito estranha? – disse Isa
-Não, não é só você – Karol respondeu
-Aposto que ele esqueceu de tomar os remédios – Allanis brincou
-Quer saber? Eu também estou feliz! Vamos comemorar! – disse Nath
    Sorri para Nath e logo após fui até o quintal, chamar por Chrono. Eu estava realmente curioso para saber como o pessoal conseguiu se juntar novamente.
-Me diga – eu disse
-Bom, quando Lucas e Karol resolveram investir na carreira deles no cinema, - começou Chrono – eles participaram de um concurso que os levou à Hollywood para atuarem num seriado de televisão. O que eles não sabiam é que encontrariam Nath e Allanis como sócias numa empresa de publicidade e turismo. Aqui também encontraram Bianca como gerente-chefe de uma empresa de arquitetura, e Ana como a principal médica-cirurgiã do hospital mais importante de Los Angeles. Depois que Allanis deu a luz a um casal de gêmeos, o grupo foi a um show dos PsyckoManiacs, e lá você encontrou todos e os convidou para morarem com a banda na mansão
    Fiquei feliz de ver como as coisas se desenrolaram nessa realidade. Principalmente pelo fato do pessoal ter conseguido se juntar novamente, mas ainda havia uma questão.
-E... Como Lucas morreu nessa realidade? – perguntei
-Num acidente de carro – Chrono respondeu – Ele e Julie criaram juntos uma potente bolha d’água para salvar Jenny. Ela sobreviveu, eles não
-Jenny?! E ela?
-Ela está sob sua guarda agora. Lucas deixou a fortuna para a mãe dele, mas Jenny... Ele a deixou sob seus cuidados. Ele confiava em você.
    Isso faria de Jenny, legalmente, minha filha. Jimmy agora tinha um irmão. Eu nunca diria que Lucas deixaria sua filha sob meus cuidados. Imaginaria isso quanto à Ana, ou Nath, mas nunca que ele a deixaria comigo.
    Chrono sumiu, e Nath surgiu logo atrás de mim para chamar minha atenção.
-Não vem pra festa? – ela disse
-Já estou indo – respondi
    Fui para dentro da mansão e corri até Jenny e Jimmy para pegá-los no colo.
-Quem vai querer cachorro quente? – eu disse
-Eu! – ambos exclamaram
    Jessica me observava com um sorriso no rosto.
-Ele sabia que você era a escolha certa – ela disse
-Eu não vou decepcioná-lo – respondi
    E então, Jessica me beijou.
    Essa é a história. Quando você entra numa guerra, sabe que haverá perdas, mas nunca está preparado para elas. Você passa por momentos difíceis, pelo luto, mas nunca desiste. Numa guerra, não se pode dar o luxo de desistir. Você tem que ir até o fim, encarar o inimigo. Mas não há vitória sem ajuda. Não se vence uma guerra sem seus soldados. Meus soldados me acompanharam até o fim. Posso ter sofrido perdas, mas cheguei à vitória.
    Quando você chegar ao ponto em que se pergunta “o que eu faço?”, só há uma resposta: lute. Lute até o último minuto. Lute até o seu último suspiro. Chegará a hora em que a guerra vai acabar e você não vai mais precisar lutar.
    A guerra acabou. Uma era se acabou. Mas eu venci a guerra, junto aos meus soldados.
    Vivi, amei. Minha jornada acaba aqui. Essa é a história. A minha história. A nossa história. Por que não pega uma página em branco e escreve a sua?

FIM

51- Adeus (Parte 2)

    Leandro estava reunindo forças. Tentou formar uma aliança comigo, mas eu recusei, o que o levou a sequestrar meus amigos e suas famílias, e matar todos em seguida. Lucas e Nath escaparam graças à esperteza de Lucas. Leandro se revelou um demônio e trouxe o inferno à Terra. Por sorte, Chrono apareceu para nos levar 20 anos no passado.
    O que viria em seguida? Briga corporal.
-Por que você nos trouxe 20 anos no passado? – disse Lucas
-Para reverter a besteira que vocês vão fazer 20 anos no futuro – Chrono respondeu
-E com isso você quer dizer...? – perguntei
-Matem Leandro – disse Chrono
-Nós não podemos fazer isso – disse Nath – Nessa época, ele ainda é uma criança!
-Nathalia, na verdade...
    Antes que Chrono pudesse terminar de falar com Nath, eu e Lucas o interrompemos.
-Julie... Ela está morta. Jennifer também – disse Lucas, se mostrando perplexo – Minha esposa e minha filha estão... mortas
-Sinto muito, cara. Jessica e Jimmy também se foram – tentei ser consolador
-Faça-me o favor! – Lucas exclamou – Por que finge que se importa? Jessica era só um caso pra você. Eu tenho motivos reais para estar de luto
-Como é? – exclamei – Eu a amava!
-Não, não amava. Se amasse, nunca teria beijado aquela garota no bar – ele retrucou
-Eu estava bêbado e deprimido. Ah, e você fala como se seu casamento com Julie fosse perfeito
-Apenas aceite: Jessica nunca foi nada além de sexo para você
    Sem pensar, parti pra cima de Lucas e soquei seu rosto. Ele blindou o braço com pedra e golpeou meu peito, me jogando no chão. Ele tentou socar meu peito, mas eu desviei e ele acertou o chão.
    Corri até as costas de Lucas e dei múltiplos chutes nele, que passou para a forma d’água e usou um jato para me acertar.
    Ele iria me socar, mas eu me esquivei. Logo em seguida, lancei minha katana nos fios elétricos de um poste e os joguei em Lucas, fazendo-o cair no chão, incapacitado. Eu mirei no seu pescoço e preparei minha katana, mas Nath e Chrono me impediram.
-Meu Deus! As pessoas estão olhando! – Nath exclamou, me segurando
-Agora terei que voltar mais uma vez! – Chrono resmungou
    Chrono pegou seu relógio de bolso e o ajustou para voltar 30 minutos.
-Se comportem! – ele exclamou – Precisamos acabar com isso logo!
    Olhei melhor a paisagem. Estávamos na mesma rua onde eu e Nath morávamos durante nossa infância.
-Uau! Que saudade! – disse Nath, tendo um momento de nostalgia
-Não temos tempo para saudades – disse Chrono – Procurem por Leandro. O jovem Leandro
-Com a ajuda de quem? – Lucas perguntou, ainda mal-humorado pela briga
    Chrono, então, apontou para um grupo de crianças jogando futebol no fim da rua.
-Aqueles são...? – eu disse
-Você e Nathalia, com 7 anos de idade – Chrono respondeu
-Isso é tão humilhante – disse Nath
    Após isso, Chrono sumiu, nos deixando para agir sozinhos. Fomos até o grupo de crianças onde estavam minha versão menor e a de Nath também.
-Matheus? Nathalia? – disse Lucas
-Desculpa, não podemos falar com estranhos – disse a pequena Nath
-Querida, não somos estranhos – disse Nath – Aliás, como vai o Bob?
-Você o conhece? – disse a pequena Nath, assustada
    Segundo a estranha conversa delas duas, Bob era o amigo imaginário de Nath. Isso fez com que as nossas versões “mini” acreditassem no que dizíamos. Aproveitando a chance, perguntei por Leandro.
-Estranho, ele estava jogando com a gente e agora sumiu... – disse o pequeno Matheus – Para onde ele foi?
    Eu, Lucas e Nath trocamos um olhar preocupado.
-Crianças, por que não vão para dentro de casa? – disse Nath
    Eles fizeram como Nath pediu e entraram em suas casas. Iríamos procurar por Leandro, mas não foi necessário. O pequeno Leandro surgiu de trás de um poste e lançou uma pulsação sônica contra nós.
-Parece que você continua idiota mesmo depois de adulto – disse Leandro
-Eu não entendo – eu disse, confuso – Pensei que éramos amigos. E pensei que o pequeno Leandro não sabia de seus poderes
-Nunca fomos amigos. E, como um demônio, eu não envelheço. Sempre fui o mesmo – ele respondeu – Além do mais, era divertido tirar vantagem de você
    Leandro passou para sua forma adulta. Em seguida, suas unhas ficaram afiadas como garras, seus olhos ficaram vermelhos, seu cabelo caiu, os dentes ficaram pontiagudos, dois grandes e ondulados chifres surgiram em sua cabeça, e seu corpo ficou 3 vezes maior. Aquela era a verdadeira identidade de Leandro.
-Isso não é bom – disse Lucas
***
    Por um instante, fugi da realidade. E no momento que fiz isso, tive uma breve visão de todos que morreram durante o ataque de Leandro.
-O que vocês fariam? – perguntei
-Eu daria um chute naquela bunda. O desgraçado me matou! – disse Bianca
-Preciso de ajuda. Não sei o que fazer – eu disse
-Não podemos te ajudar, nos desculpe – disse Ana
    Me aproximei de Jessica, que trazia Jimmy em seus braços.
-Me desculpa – eu disse
-Volta pra lá – disse Jessica
    Todos eles sumiram e eu voltei à realidade. Leandro estava em sua forma verdadeira, e atacando Lucas e Nath. Eles estavam perdendo.
    Leandro socou o chão, causando rachaduras e derrubando Nath. Ele a pegou pelo pescoço e a lançou no muro de uma casa. Lucas passou para a forma de vento para enganá-lo. Em seguida, pulou nas costas de Leandro e golpeou seu pescoço com o punho de pedra.
    Peguei minha katana e fui ajudar Lucas com Leandro. Todos os golpes com a espada foram inúteis. Eu acertava os braços de Leandro e eles continuavam intactos.
-Quando é que você vai aceitar que não pode me vencer? – disse Leandro
-Quando é que você vai aceitar que eu não desisto? – rebati
    Leandro puxou Lucas pelos braços e o jogou num poste, que se partiu com o impacto. Lucas estava desacordado, assim como Nath. Que ótimo, eu estava sozinho!
-A cavalaria foi embora... Mostre o homem que você é! Aja sem precisar de reforços! – disse Leandro, tentando me provocar
    Ele me pegou pelo estômago, usando uma mão só, e me aproximou do seu rosto. Peguei minha katana e arranquei-lhe um dos chifres. Ele gritou de dor e me jogou no chão.
-Quem é o idiota agora? – eu disse, sarcasticamente
    Furioso, ele partiu em minha direção com suas garras. Fechei os olhos e esperei pelo impacto.
-Matheus? Matheus? – disse uma voz conhecida
    Abri os olhos novamente e dei de cara com Isa à minha frente.
-Vocês de novo? – eu disse – Ok, da primeira vez foi legal, mas agora está ficando chato. O que vocês querem?
-Você está fraquejando – disse Karol – Está pensando que vai perder. Você quer perder
-Não, eu não quero – argumentei
-Sim, você quer – Allanis retrucou – Você nunca teve problemas para enfrentar Leandro, mesmo sozinho
-Mas agora está com medo – Ana completou – E não há tempo para ter medo
    Elas estavam com razão. Eu estava inseguro simplesmente pelo fato de estar em desvantagem.
-Já estivemos em desvantagem antes – disse Bianca
-Vocês sabiam o que eu estava pensando? – eu disse, assustado
-Somos frutos da sua cabeça. O que você queria? – disse Isa, sarcasticamente
-Me digam o que fazer! – exclamei
-Lute – disse Jessica, seriamente
    Mais uma vez, todos sumiram e eu voltei à realidade. Leandro estava sobre mim, pronto para perfurar meu peito com suas garras.
    Antes que ele pudesse fazê-lo, Nath disparou lâminas contra ele e, em seguida, Lucas o atingiu nas costas com um pedaço do poste quebrado.
    Ambos continuaram a espancá-lo e, quando Leandro parecia derrotado, ele se levantou e chutou o tórax de Nath.
-Qual foi! Ele não morre? – ela resmungou
    Sobrou apenas Lucas. Ele disparou rajadas de fogo contra Leandro, que permaneceu intacto.
-Leandro! – exclamei – Sou eu quem você quer, não ele
-Já não era sem tempo – disse Leandro
    Ele correu até mim, pronto para perfurar meu peito. Mas, numa questão de segundos, o inesperado ocorreu: Lucas entrou na minha frente e teve o peito atingido pelas garras afiadas de Leandro.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

50- Adeus (Parte 1)

PDV da Ana

    Depois de uma noite cansativa na festa de Nath, finalmente pude chegar em casa e descansar. A primeira coisa que fiz foi tirar o ridículo vestido de gala. Depois, me joguei na cama, pronta para dormir.
    Dei um beijo em Renato, mas antes que eu pudesse desligar o abajur, ouvi um barulho vindo da cozinha. Passos.
-O que foi isso? – eu disse, assustada
    Eu e Renato nos levantamos e fomos até a cozinha, onde encontramos pegadas. Essas pegadas nos levaram até o quarto de Rafael. Corremos, desesperados, até o quarto de nosso filho e encontramos Leandro segurando-o pelo pescoço.
-Larga ele! – gritei
-Oh, querida, não é tão fácil assim – disse Leandro
    Ignorando todo o bom senso, usei meu dom mutante para passar para a forma de tigresa e pulei na direção de Leandro, mas ele desapareceu. Segundos depois, ele ressurgiu atrás de mim e deu uma cotovelada na minha nuca, fazendo com que eu voltasse à forma humana.
    Tentei me levantar, mas não consegui. Eu estava imóvel. E Renato também.
-Vocês devem estar pensando “o que ele fez?” – disse Leandro – Bom, esse é um dos vários truques que aprendi enquanto vocês se preocupavam com julgamentos e quem ficava com a mansão
    Ele, então, pegou a mim e a Renato pela gola de nossas blusas – sem largar Rafael.
-Vocês três vem comigo – disse Leandro

Fim do PDV da Ana

    Antes de ir na casa de Nath, passei na casa de Allanis, Isa, Karol e Ana e não havia ninguém em nenhuma delas. Aquilo não estava bem.
    Liguei para Jessica e Lucas, pedindo que eles me encontrassem na casa de Nath. Pedi também que eles levassem as crianças. Deixá-las sozinhas não seria a melhor ideia.
-Pra quê tanto desespero? – disse Lucas
-Leandro... Ele me disse que quer matar todos nós – respondi – Eu já chequei a casa de todos. Não tinha ninguém em nenhuma delas.
-Ok... Marcelo, Julie e Jessica podem fugir com as crianças, para um lugar seguro, enquanto procuramos o pessoal – disse Nath
    Jessica chegou mais perto e me deu um beijo.
-Tenta não morrer, tá legal? – ela disse
-Ok, vou tentar – brinquei
    Os outros se despediram de seus cônjuges. Em seguida, Jessica fez um feitiço para levá-los pra bem longe dali.
-Certo. E agora? – disse Nath – Faz alguma ideia de onde Leandro esteja?
-Na verdade, tenho sim – respondi
    Restaurante Plaza’s. O mesmo restaurante onde Leandro me encontrou quando ele chegou em Hollywood. O restaurante estava fechado, mas Leandro abriu a porta para a gente.
    Lá dentro estavam Ana, Allanis, Isa e Karol, com suas famílias. Todas paralisadas. Para a nossa surpresa, lá também estavam Julie, Jenny, Marcelo, Eric, Cecília... Jessica e Jimmy.
-C-c-como? – gaguejei, confuso
-Não dá pra fugir dele – disse Karol
-Ele matou Bianca! – disse Allanis
-Ele o quê? – Nath exclamou
    Quando Leandro disse que ia matar todos, achei que estivesse blefando. Eu não fazia ideia de que ele fosse seguir adiante com o plano.
-Vamos começar o show – disse Leandro
-O que você vai fazer? – disse Ana
    Sem dizer nada, Leandro energizou seus braços e lançou um raio na direção de Karol, Leonardo e Daniella, pulverizando-os. Matou mãe, pai e filha.
-Não! Não!!! – Allanis gritou, num ataque nervoso – Seu desgraçado! Miserável! A filha dela só tinha 3 anos!
    Leandro se aproximou de Allanis e Pattison, e os pegou pelo pescoço.
-Vá em frente, seu infeliz! Eu não tenho nada a perder! – disse Allanis
-Seu desejo é uma ordem – ele respondeu
    Ele energizou suas mãos e eletrocutou ambos, matando-os na hora. Não consegui reagir, apenas fiquei sem expressão. Mesmo estando paralisado por Leandro, eu ainda podia falar, mas não tinha nada para dizer.
    Os próximos foram Ana e sua família.
-Pensa que eu tenho medo? – disse Ana – Eu vivi. Vivi uma vida incrível. Tenho uma família feliz e, como uma médica, salvei várias vidas. Quer me matar? Vá em frente
    Leandro se irritou com o discurso de Ana. Ele esperava que ela implorasse para ter sua vida poupada. Era isso que ele queria, mas não foi o que ele conseguiu.
    Tentando parecer indiferente, Leandro afiou o punho, como um diamante pontiagudo, e perfurou o peito de Ana, Renato e Rafael.
    A próxima da lista era Isa. Na verdade, ela era a que parecia mais calma. Como se quisesse morrer.
-Suas últimas palavras? – disse Leandro
-Philip é muito melhor na cama do que você – Isa deu um risinho
    Furioso, Leandro chutou Isa, derrubando-a no chão. Em seguida, quebrou-lhe o pescoço, assim como fez com Philip.
    Até ali, eu estava conseguindo controlar minhas emoções, mas perdi todo o controle ao ver que Leandro estava indo na direção de Jessica, Marcelo, Julie e as crianças.
-Sabe, eu poderia matar vocês – Leandro apontou para Nath, Lucas e eu – Mas acho que vocês sofreriam mais se as vítimas fossem eles
-Não. Não! – Nath gritou – Me mata! Me mata! Me mata, mas não mata eles!
-Ela tem razão! Nos mate! – Lucas gritou também
     Senti uma súbita falta de ar. Tentei exclamar algo, mas não consegui.
-Como sou muito bonzinho, serei rápido – disse Leandro, sarcasticamente
-Não, Leandro, não! – finalmente criei forças para gritar
    Então, Leandro apontou a palma da mão para nossos entes queridos e os pulverizou. Tentei me soltar, com todas as forças. Tudo que eu queria fazer era me soltar e espancar Leandro.
    Senti alguém me cutucar no ombro. Era Lucas. Mas ele ainda estava preso... Quem era aquele então?
-Como assim? Pensei que estivesse paralisado – sussurrei, para Leandro não ouvir
-Eu sou um clone, d’água. Vamos torcer para Leandro ser burro o suficiente – disse o clone. Em seguida, gritou para Leandro: - É tão corajoso quanto pensa? Venha batalhar. Quero vingar minha família
-Mas como...? – disse Leandro, confuso
    O clone de Lucas saiu do restaurante e Leandro o seguiu, fazendo nossa paralisia desaparecer.
-Eles... morreram. Puft, sumiram – disse Lucas, perplexo – Minha esposa e minha filha... se foram
-Você foi inteligente, mas agora temos que sair daqui – disse Nath
-Não, eu fiz isso por vocês. Vão, se salvem. Me deixem aqui, quero morrer – ele disse
    Nath ia dizer algo para fazê-lo se sentir melhor, mas Chrono apareceu e a impediu.
-Ninguém vai ser deixado para morrer – disse Chrono
-A gente perdeu! Ainda não entendeu isso? – exclamei – Das outras vezes, passamos por dificuldades, mas vencemos, porque o grupo estava completo. Agora, estamos quebrados!
-Eu os avisei! Várias e várias vezes! Mas vocês me ouviram? Não! – Chrono exclamou, furioso
    Leandro voltou. Ao passar pela porta do restaurante, ele colocou a mão no chão e fez toda a superfície entrar em chamas.
-O que está fazendo? – eu disse
-Trazendo o inferno pra Terra – ele respondeu – Sou um demônio, esqueceu? O plano de fuga foi esperto, mas não funcionou
-Rápido, me deem as mãos! – disse Chrono
    Fizemos como ele mandou. Numa questão de segundos, Leandro e o lugar em chamas desapareceram. Quando abrimos nossos olhos, demos de cara com um singelo e pacato bairro residencial.
-Espera, eu conheço esse lugar... – disse Nath – Onde estamos?
-20 anos no passado – Chrono respondeu
-Você nos trouxe à nossa infância? – exclamei

quinta-feira, 17 de maio de 2012

49- X = L² x 0M

1 mês depois...

    Com dificuldade, Allanis se recuperou da perda do primeiro filho. Bianca e Dean partiram para a Suíça, enquanto Isa começou a namorar Philip.
    Depois de tantas tragédias, era um dia de festa. A empresa de publicidade da Nath estava fazendo 5 anos e haveria uma grande festa de gala. Eu teria de usar um terno, o que eu odiava.
-Por que eu tenho que usar esse terno besta? Isso pinica – resmunguei
-Não seja tão bebezão! Você nunca usou um terno antes? – disse Jessica, ajeitando minha gravata
-Claro que usei, só não gostei
    Jessica revirou os olhos e terminou de arrumar minha gravata. Antes de sair, passamos no quarto de Jimmy para lhe dar um beijo na bochecha e deixá-lo com a babá.
    Havia uma limusine à nossa espera em frente à casa. Nela estavam Lucas, Ana, Allanis, Isa e Karol, juntos de seus companheiros.
-Me sinto a Lady Gaga com esse vestido todo purpurinado – Ana resmungou
-Parece que estou indo a um daqueles bailes da época da minha avó – disse Isa
-Vocês parecem velhinhas resmungonas! – disse Lucas – Lembrem-se que Nath está sendo promovida a editora-chefe, então se comportem!
    Ficamos calados e esperamos a limusine chegar ao seu destino. Minutos depois, chegamos a um teatro luxuoso cheio de pessoas famosas.
    Assim que a limusine parou, Nath correu até ela, de salto alto, e acabou tropeçando.
-Sapato filho da... Até que enfim vocês chegaram! – ela disse – A imprensa já está aí, eles querem ver meus convidados, e agora meu salto quebrou...
-Calma, calma! Já estamos aqui, não estamos? – disse Karol – Vá consertar seu salto e a gente te ajuda no que for necessário
    Fomos até a mesa com o nosso nome e aguardamos enquanto Nath não voltava. Enquanto isso, meu celular avisou que eu tinha recebido uma nova mensagem. Não mostrava quem mandou a mensagem, apenas dizia:
“Me encontre na floresta a oeste daqui. Sozinho. Se tentar alguma coisa, vou saber”
    Não precisava de identificação. Eu já sabia quem era.
-Eu vou ali e já volto – sussurrei para Jessica
-“Ali”? Ali onde? – ela perguntou
-Eu já volto. Não se preocupe
    Fui até a limusine e peguei minha espada. Demorei para convencer Jessica de que precisaria dela, mas felizmente, consegui. Aproveitei e usei a limo pra chegar à floresta. Dois coelhos com uma cajadada.
    Logo no começo da floresta havia uma caverna. Era ali o ponto de referência.
-Ei! Estou aqui! – eu disse
-Que coisa feia! Esquecendo dos amigos... – disse Leandro
    De dentro da caverna escura saiu Leandro. Ele estava um tanto mais musculoso do que da última vez que o vimos, ou seja, andou se alimentando.
-Terno muito legal, aliás – ele disse, sonso como sempre
-O que você quer?
-Um trato. Que tal se eu e você fôssemos parceiros?

PDV da Nath

    Após a troca de sapatos, voltei à mesa do pessoal para pedir a ajuda deles.
-Ana, Karol, preciso que venham tirar foto comigo para a imprensa – eu disse – Lucas, preciso que você dê uma bronca no pessoal da iluminação, a área norte está muito escura. E onde está o Matheus?
-É mesmo, cadê ele? – disse Allanis
-Ele disse que “ia ali” e já voltava – Jessica respondeu
-Ele o quê? – exclamei
    Num dos dias mais importantes da minha vida, Matheus desaparece. Eu tinha penetras pra expulsar, bêbados arrumando confusão... E onde estava Matheus? Se ele não estivesse morto, eu ia matá-lo.
-Eu posso ajudar a expulsar os penetras – disse Isa
-Ok, ok – eu disse – Matheus, eu vou te matar

Fim do PDV da Nath

-Parceiros? Como assim? – eu disse, confuso
-É, parceiros no crime – disse Leandro – Sabe quanto poder eu tenho? Já me alimentei de mais de 100 mutantes e absorbi a energia de um vulcão inteiro. Esse poder está além da compreensão de qualquer um. Una-se a mim
    Não respondi nada. Parte de mim estava furiosa por aquele tipo de oferta. Enquanto parte de mim estava amedrontada quanto ao poder de Leandro.
-E então? –ele perguntou
-Quais são as outras opções? – eu disse, sarcasticamente
-Você poderia recusar. Mas haveriam consequências...
-Que consequências?
-Bom, eu iria matar seus amigos um por um
    Tentando continuar o mais calmo possível, me apoiei na rocha e fingi indiferença – apesar de estar a beira de um surto. Eu precisava pensar rápido.
-E pra quê eu ia querer me juntar a você? – eu disse – Você quase matou minha namorada, meu filho, minha amiga e além disso teve um caso com a minha ex... Não vejo muita vantagem aqui
-Esse seu grupo só te atrasa. Comigo, você vai ter as mulheres mais lindas desse mundo! Como nos velhos tempos, parceiros no crime, lembra?
-“Nos velhos tempos”, eu era um idiota. Sabe por quê? Porque eu confiava em você. Porque eu achava que você era meu amigo. Eu não sou idiota, Leandro. Se vire sem mim
    Peguei minha espada e tentei acertar o peito de Leandro, mas ele tirou a espada das minhas mãos e, em seguida, me chutou e fez com que eu caísse no chão. Ele veio até mim com a espada e, antes que perfurasse meu coração, mudou de ideia.
-Quer saber? Matar você seria fácil demais, pouco sofrimento – disse Leandro – Prepare-se para o funeral dos seus amigos
-Não! – exclamei
    Mas era tarde demais. Leandro já tinha desaparecido.
    Olhei no relógio e vi que a festa de Nath já tinha acabado. Pensei em me desculpar, mas a situação com Leandro era mais urgente. Liguei pra ela, para avisá-la.
-Por que você sumiu, Matheus? – ela berrou – É bom ter uma ótima explicação
-Leandro vai matar todo o pessoal – respondi
-Ok, essa é uma ótima explicação

PDV do Leandro

    Quem seria minha primeira vítima? Eram muitas as opções. Escolhi começar pela mais fácil.
    Usando o dom roubado de uma vítima mutante, me teletransportei para um quarto de hotel, na Suíça. O quarto de hotel onde Bianca e Dean estavam hospedados.
    Ambos dormiam tranquilamente. Nem viram o que os atingiu.
    Fui até a cozinha e abri o gás. Depois, criei uma pequena bola de fogo e a deixei no chão.
-Boom – eu disse
    Segundos depois, a bola de fogo se expandiu e houve uma explosão, incendiando todo o quarto de hotel – e matando Bianca e Dean queimados.
    E eu estava apenas começando. Esse seria o extermínio definitivo de todos eles.

Fim do PDV do Leandro

terça-feira, 15 de maio de 2012

48- Olá, Mundo Cruel

*Continuação do capítulo anterior

    Definitivamente estressada, Ana jogou minha ficha numa mesa e deixou a sala de espera. Pattison desabou em lágrimas instantaneamente.
-Sinto muito – disse Isa, passando a mão nas costas de Pattison
    Eu não podia assistir aquilo. Saí da sala de espera. Ao me virar, dei de cara com um corredor escuro. Não tinha como saber se aquilo era verdade ou não, então segui pelo corredor. Uma luz surgiu. Seria essa a tal luz no fim do túnel?
    Cheguei ao fim do corredor. O que encontrei: a mansão. E mais algumas pessoas. Na sala de estar estavam Alice, Amy, Katheryn, Leticia, Walter e James, um ex-namorado.
-Eu morri? – perguntei
-Talvez sim – Amy respondeu
-Talvez não – Leticia completou
-Bom... Todos vocês estão mortos – eu disse – A mansão tecnicamente está “morta” também. Eu diria que isso aqui é o Céu, mas se o James está aqui, acho que é o inferno
-Ha-ha. Muito engraçado – disse James – Acontece que aqui é a sua cabeça, seu subconsciente
    Fazia sentido. Afinal, todos aqueles números musicais foram fruto da minha cabeça. Isso também era.
-Não é nessa hora que a gente faz um número musical emocionante? – brinquei
-Aquela foi uma fase. E ela já passou – disse Alice, que não estava na cadeira de rodas
-Ah, que bom. Isso é bom, né?
-Não, não é – Katheryn respondeu – Isso significa que você está mais próxima da morte

Fim do PDV da Allanis

    Continuávamos na sala de espera, sem nada pra fazer a não ser esperar por resultados de Allanis, Lucas e Nath.
    A porta do hospital se abriu e Dean veio falar conosco – mais especificamente, com Bianca.
-Você está bem? – ele perguntou
-Sobrevivendo, como sempre – Bianca brincou
-Olha, Bianca, eu preciso falar algo importante com você
    Dean colocou a mão no bolso e Bianca arregalou os olhos instantaneamente.
-Ai, meu Deus! Você vai me pedir em casamento? – ela disse, radiante
-O quê? Não! Eu estava pegando dinheiro pra comprar um lanche. Por que achou isso? – perguntou
-Hã... Em filmes, é nessa hora que as pessoas se casam
-Não, não. O que eu ia dizer era que eu ganhei uma proposta de emprego. Na Suíça. Eu sei que fica longe, mas...
-Ok, eu aceito. Se for pra gente ficar junto, tudo bem!
    Bianca deu uns pulinhos e depois beijou Dean no meio da sala de espera. Nós todos fomos parabenizá-los, e também nos despedir.
-Consegue ficar longe de problemas sem mim, maninha? – Dean perguntou a Jessica
-Vai ser difícil, mas acho que consigo – ela sorriu
    Enquanto todos conversavam sobre a despedida de Bianca e Dean, Karol acenou para que eu e ela conversássemos a sós.
-Seja sincero, Matheus – ela disse – Você acha que eu sou mesmo “a inútil” do pessoal? Todos esses anos junto a vocês e enquanto vocês agiam, eu ficava parada. Uns dias atrás, a Gangue F veio me atacar no trabalho. Mas eles não me queriam. Eles queriam você. Nem pra ser alvo eu sirvo! Eu consegui matar eles, mas eu não consigo tirar isso da cabeça
-Você ouviu o que acabou de dizer? Você matou a Gangue F! – eu disse – Você fez o que nenhum de nós conseguiu fazer. Olha, você não é uma inútil, Karol. Você é humana. Isso é perfeição. Não tem nenhum ser maligno atrás de você ou da sua família e isso é incrível. Fique feliz por isso
-Valeu. Até que ser “a inútil” tem suas vantagens – ela brincou
    Um grupo de médicos – Ana incluída – passou correndo pela gente para atender uma emergência. Allanis e Lucas tinham acabado de ir pra cirurgia, então era Nath quem estava com problemas. Eu os segui para ver o que estava acontecendo. Nath estava tendo problemas para respirar por causa do tiro.
-Não dá pra esperar mais, ela precisa de uma cirurgia – disse Ana – Mas não tem nenhuma SO disponível
-Vamos ter de operá-la aqui mesmo, no quarto – disse outro médico
-Busquem todos os materiais necessários e os esterilizem – Ana ordenou
    Os médicos saíram do quarto para buscar o que Ana pediu, e eu entrei no quarto.
-Eu nem deveria operá-la, meu chefe proibiu, já que somos conhecidas, mas é uma emergência – disse Ana, desesperada – Não sei se consigo. Não sei se posso fazer isso
-Você vai conseguir – eu disse – Você sempre consegue, lembra? Jimmy está vivo por sua causa. Eu tenho um filho por sua causa. E Eric e Cecília terão uma mãe por sua causa. Eu sei disso
-Isso é tão bonitinho... – disse Nath, que ainda estava acordada
-Trata de ficar viva, sua safada –Ana brincou
    O motivo de eu estar “rondando” pelo hospital era que eu queria, precisava, esvaziar a cabeça. Três dos meus melhores amigos estavam à beira da morte. Eu disse a um deles que verificaria sua amiga, que também estava morrendo. Eu apenas queria tirar a morte iminente deles da minha mente.
    O céu estava desabando. Em minha cabeça.

PDV da Allanis

-Isso tudo é culpa sua! – gritei, apontando para Walter
-Culpa minha? Eu estava tentando honrar minha família! – ele se defendeu
-Destruindo a minha família? Esse era o meu primeiro filho! Você destruiu a minha família! – gritei mais
    Pulei na direção dele, tentando estrangulá-lo, mas ele sumiu. Todos sumiram. No lugar deles, apareceu Matheus.
-Você está morto? – perguntei
-Não – ele respondeu
-Bom, logo eu estarei – eu disse – Pra quê voltar? Sabia que eu ia dar uma festa? Pro bebê. Eu e Pattison estávamos tentando a 8 meses. Os médicos disseram que eu tinha 3% de chance de engravidar. 3%! Eu estava tão feliz... Eu não vou voltar. Eu desisto
-Você não pode desistir. Você é a garota que destruiu dois seres sobrenaturais que ameaçaram o pessoal. Você é a garota que ajudou uma desconhecida a ter um bebê. Você é a garota que se casou no dia de uma reunião de trabalho, na hora da reunião. E... Você é Allanis Rodrigues, e não desiste. Existem amigos e um marido que te amam e estão à sua espera. Seja a batalhadora que você sempre foi e saia dessa mansão
   Matheus estendeu o braço em direção à porta, indicando que eu devia sair. Corri até a porta e tentei abri-la, mas estava trancada. Voltei até a cozinha e peguei uma faca para quebrar a porta e liberar a saída
-Vá –disse o Matheus-alucinação
    E então... saí da mansão

Fim do PDV da Allanis

    As cirurgias acabaram. Lucas e Nath estavam bem, mas Allanis... devido aos traumas no cérebro, ela poderia não acordar nunca mais.
    Estávamos todos reunidos no quarto dela, esperando por um sinal.
-Será que ela vai acordar? – disse Lucas, na cadeira de rodas, ainda se recuperando
-Ela tem que acordar- disse Nath, também na cadeira de rodas
-Talvez seja melhor esperar lá fora – disse Ana
    Quando íamos sair do quarto, ouvimos uma voz. A voz de Allanis.
-Eu ia fazer uma festa – ela dizia
    Pattison correu até Allanis e, gentilmente, a abraçou. Ambos choravam.
-Eu ia contar. Eu ia contar depois da conferência. Me desculpa – disse Allanis
-Não se desculpe. Você está viva, isso é o que importa – disse Pattison – Eu te amo

Mais tarde...

    Depois desse dia cansativo, eu e Jessica finalmente pudemos voltar pra casa. Dispensei a babá e passei no quarto de Jimmy e o peguei no colo.
-Ei, o papai tá aqui – eu disse – Sabe, hoje foi um dia difícil, difícil mesmo. Pensei que fosse perder amigos. Pensei que fosse te perder. Eu não posso te perder. Bom, eu estou aqui agora
    Tentei me controlar o dia inteiro, mas não aguentei e comecei a chorar. O dia inteiro cheguei perto, mas me segurei. Até que chegou a hora que me sobrecarreguei.
    Allanis estava tentando por 8 meses, e perdeu o bebê. Ao pegar Jimmy no colo, comecei a chorar. Cheguei perto de perdê-lo, mas isso não aconteceu. O dia inteiro refleti sobre isso.
    Em seguida, Jessica entrou no quarto de Jimmy e enxugou minhas lágrimas.
-Nós estamos aqui, Jimmy – ela disse
    Jessica beijou a testa de Jimmy e colocou os braços embaixo dos meus, para segurá-lo junto comigo.
-É, nós estamos aqui, Jimmy – eu disse

segunda-feira, 14 de maio de 2012

47- Como Salvar Uma Vida (O Evento Musical)

*Clique no nome das músicas para ver as traduções

PDV da Allanis

    Abri os olhos. Eu estava em um hospital. Não em um quarto de hospital, em um corredor. E também não estava em uma maca. Eu estava deitada no chão. O que estava acontecendo?
    Me levantei e me aproximei de uma senhora idosa, procurando informações.
-Senhora, poderia me responder onde estou? – perguntei
    Mas a senhora não me respondeu. Na verdade, ela nem sequer olhava nos meus olhos.
-Tomara que morra, sua mal-educada! – gritei, mal-humorada
    Todos que passavam pelo corredor me ignoravam. Era como se eles não me vissem.
    De repente, um grupo de médicos correu até a porta do hospital. Parecia que eles iriam atender a uma emergência.
    Minutos depois, a porta do hospital se abriu e Ana entrou no hospital.
-Homem, 27 anos, baleado no abdômen, com possível hemorragia interna – ela disse – Mulher, 29 anos, baleada no tórax. A bala pode ter perfurado o pulmão. Será necessário um raio-x para ambos
    Dois paramédicos entraram com Nath e Lucas sendo trazidos em macas. Em seguida, Bianca chegou trazendo mais uma maca e Ana prosseguiu com a descrição da paciente que Bianca trazia.
-Mulher, 28 anos, possíveis fraturas na coluna, no braço esquerdo, perna direita e clavícula. Também tem possível hemorragia interna e traumatismo craniano.
    Não pude evitar o susto que levei ao ver que a terceira paciente era... eu mesma. Foi aí que entendi por que a senhora não estava me vendo. Ninguém estava me vendo.
-Pattison foi buscar os pais de vocês, ele não vai demorar. Apenas aguentem – disse Ana, se direcionando a Lucas, Nath e eu
    Me sentei em cima da maca em que meu corpo estava e comecei a cantar “Fuckin’ Perfect”, da Pink. Eu não sabia o por quê. Talvez porque naquele momento eu me sentia um lixo, acabada. Simplesmente não conseguia me impedir de cantar.
    Andei até as macas de Nath e Lucas, e coloquei minhas mãos sobre as deles enquanto eu cantava. Eles pareciam assustados. Cantei para eles, mesmo sabendo que eles não me ouviam.
-Vocês são perfeitos, para mim – eu disse
    Os médicos, então, levaram suas macas para dentro do hospital. Incluindo a minha.
    A porta do hospital se abriu novamente. Bianca entrou pelo corredor, acompanhada por Matheus, Jessica, Karol e Isa. Pattison chegou logo após, trazendo meus pais, os pais de Nath e a mãe de Lucas.
    Um policial acompanhou Isa até a sala de espera. Eu os segui.
-Você está bem? – o policial perguntou
-Talvez só um pouco assustada – Isa respondeu
-Já vi muitos casos bizarros, mas esse é, de longe, o vencedor. Você deve estar mais do que “só um pouco assustada”. O que você mais precisa nesse momento é de companhia
-Obrigada – ela deu um sorriso tímido – Você é tão gentil comigo e eu nem perguntei seu nome
-Philip – disse o policial
-Isabela, mas pode me chamar de Isa
    Os dois trocaram um olhar e se calaram. Depois de alguns minutos em silêncio, Philip puxou Isa mais pra perto e beijou sua boca.
-Eu posso fazer mais do que só “fazer companhia” – disse Philip
-Hã... ok – disse Isa, dando um risinho
    O lugar todo escureceu. Os únicos que sobraram foram Isa... e Leandro. Foi quando percebi que havia algo errado. Eu não estava vendo as coisas como eram de verdade. Realidade e alucinação estavam se fundindo.
    Isa e Leandro estavam de costas um para o outro e cantavam um dueto de “Somebody That I Used To Know”, do Gotye e Kimbra. Em nenhum momento do dueto os dois se olharam.
    Percebi o que estava acontecendo. Isa estava finalmente seguindo em frente e agora, para ela, Leandro era “apenas alguém que ela conhecia”. Philip era o seu final feliz.
***
    Voltei à sala de espera e me sentei ao lado de Matheus e Jessica – não que eles pudessem me ver mesmo.
-Ele ia te matar – disse Jessica, que estava em estado de choque
-Não, ele não ia – disse Matheus, acariciando o cabelo da namorada
-Eu não sei o que faria se ele te matasse. Não me deixa sozinha, ok?
    E outra alucinação começou: Jessica começou a cantar os primeiros versos de “No Air”, dueto de Jordin Sparks e Chris Brown. Matheus a acompanhou a partir do refrão. Os dois estavam tão felizes, tão apaixonados... Era bom ver que em meio a toda aquela tragédia, alguém estava feliz.
    Matheus pegou Jessica pela mão e lhe deu um beijo.
-Eu não vou te deixar. Quem é que vai me ajudar a atravessar a rua quando eu estiver velho e caquético? – ele brincou –Vou ver como o Lucas está, já volto
    No quarto de Lucas estavam sua mãe, Julie e Jenny, fazendo companhia. Elas se retiraram para que os amigos pudessem conversar.
-Disseram que a bala não causou nenhum dano grave. Vou entrar em cirurgia daqui a pouco – disse Lucas
-Hã... Ótimo – disse Matheus, um pouco distraído
-E Allanis? Como ela está?
-Disseram que ela está muito machucada
-Mas ela vai sobreviver? Ela tem que sobreviver. Allanis é como uma irmã pra mim, a irmã que eu nunca tive
-Eu vou ver como ela está
    Matheus saiu da sala. Lucas começou a cantar “Never Too Late”, do Three Days Grace. Enquanto ele cantava os versos deitado em sua cama, Matheus cantava o refrão andando pelos corredores. Ele não estava indo me ver, estava indo se esconder.
    Ele foi até a escadaria e começou a chutar o corrimão enquanto cantava. Então, se sentou em um degrau e passou a mão na cabeça.
    Ainda faltava conferir como uma certa pessoa estava: Pattison. Eu sabia exatamente onde ele estava: no meu quarto.
-Você vai sair dessa – ele dizia – Eu sei que vai. Você é uma batalhadora
    Era estranho ver meu corpo ali, naquela cama de hospital. Era como se eu fosse outra pessoa. Mais estranho ainda era estar no mesmo quarto que Pattison e não poder tocá-lo.
    Comecei a cantar “Iris”, dos Goo Goo Dolls. “Eu desistiria da eternidade só para tocá-lo”, essa era a frase que descrevia o que eu sentia. Como parte da minha alucinação, Patt me acompanhou a partir do 2º verso, num dueto.
    Assim que acabamos nosso dueto, os aparelhos que se ligavam ao meu corpo começaram a apitar. Ana e alguns médicos entraram correndo no quarto.
-Ela está tendo uma convulsão! – disse um médico
-Ah, não. O que está havendo? – disse Ana – Tem mais alguma coisa aí
    Eu sabia o que era. Mas parte de mim desejava que não fosse verdade.
    Voltei à sala de espera. Estavam todos discutindo, por minha causa.
-Ela estava desesperada lá na galeria. O que havia de errado? Ela não é assim – disse Matheus
-Mas é claro que ela estava desesperada, ela podia morrer! – disse Isa
-Ela já passou por situações piores e nunca teve uma crise nervosa. Tem algo que não sabemos – Matheus respondeu
    Pattison, então, se juntou a eles. Senti um remorso ao vê-lo. Eu devia ter contado antes. Ele não devia saber daquele jeito.
    Ana chegou à sala de espera com uns exames em mãos.
-Bom, Allanis teve problemas sérios... – disse Ana
-Por favor, fale com a gente como Ana, não como Dra. Martins – disse Bianca
    Ela respirou fundo e disse:
-Allanis estava grávida. O feto está causando complicações, mais do que ela já tem
-“Estava”? – Pattison perguntou
-O feto não sobreviveu aos ataques. Allanis sofreu um aborto – disse Ana

CONTINUA...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

46- E Se...? (Parte 2)

PDV do Marcelo

    Cheguei em casa depois de passar nos estúdios para gravar meu novo CD. Eric e Cecília estavam na sala assistindo TV.
-Oi, crianças – eu disse, beijando a cabeça de cada um – Onde está a mãe de vocês?
-Ela foi para uma daquelas conferências – Eric respondeu
-Ok, vou dispensar a babá e depois vamos almoçar, ok?
    Cecília estava trocando de canais. Por um segundo, ela passou por um canal de notícias, que estava mostrando um hotel com vários carros de polícia do lado de fora.
-Volte um canal, Cecília – eu disse
    De acordo com a reportagem, o hotel Hollywood 5 Stars tinha sido tomado por uma gangue. Foram ouvidos 4 disparos.
-Onde Nathalia foi mesmo? – perguntei
-Hollywood 5 Stars – disse Cecília, com os olhos arregalados
    Meu coração veio à boca ao ouvir isso.
-Papai, a mamãe está machucada? – disse Eric
-Hã, eu sei que o papai não é muito religioso, mas que tal se fizermos uma oração? Pela mamãe? – eu disse, com lágrimas nos olhos
    Demos as mãos e começamos a orar, pedindo – implorando – que Nathalia ficasse bem.

Fim do PDV do Marcelo

    Lágrimas vieram aos olhos de Nath.
-Como? A Allanis... ela... ela não pode... ela não pode estar morta! – disse Nath
-Mas ela está – disse Isa
    Bárbara deu uma cotovelada na nuca de Isa.
-Eu não disse que podia falar – disse Bárbara
    Isa revirou os olhos e soltou um suspiro mal-humorado.
    Houve um silêncio durante os segundos seguintes. Então, Bianca resolveu puxar assunto com Bárbara.
-Como Walter encontrou vocês? – disse Bianca
-Temos um site: “Juntos Contra a Causa Mutante” – Bárbara respondeu – São pessoas, de todo o mundo, expressando o ódio por criaturas como vocês
-“Pessoas de todo o mundo”? Quantas exatamente? – Bianca perguntou
-Mais de 150 milhões
    Mais de 150 milhões de pessoas nos odiavam, nos queriam mortos. A parte que assustava era imaginar quantos desses 150 milhões arriscaria nos matar, como o grupo de Bárbara.
-Eu expliquei minha história e eles aceitaram me ajudar –disse Walter
-Walter, eles não dão a mínima para a sua história – eu disse – Bárbara e seu grupo apenas querem nos matar. Não estão nem aí se você está de luto ou não
-É mentira! – Walter exclamou – Eles estão fazendo isso pelo dinheiro. E pra ter a chance de nos matar. Mas aceite: pra eles, June é apenas pó!
-Isso não é verdade!
    Walter, então, apontou a arma na direção de Bárbara e Isa, mais exatamente planejando atingir Bárbara.
-Isso é verdade? – Walter perguntou
-Está se deixando levar pelas aberrações, Walter? Lembre-se que June morreu por causa desses seres demoníacos! – Bárbara respondeu – Para estar nessa causa, é preciso ser forte! Seja forte, Walter!
    Jessica fez uma expressão de nojo ao ouvir o discurso de Bárbara. Na verdade, eu estava me controlando para não fazer a mesma expressão.
    Walter abaixou a arma e fechou os olhos. Em seguida, começou a chorar.
-Oh, June, por que você foi me abandonar? Eu sinto sua falta – ele disse, enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto
    Antes que pudesse começar uma crise nervosa, Walter se recompôs e apontou a arma em minha direção.
-O rockeiro. Ele é o próximo – disse Walter
    Três ajudantes me pegaram pelos braços e me levaram para perto de Walter, que colocou a arma em meu estômago.
-Suas últimas palavras? – ele disse
-Vai se ferrar! – respondi
    Antes que Walter pudesse puxar o gatilho, raízes gigantes surgiram do chão e perfuraram a cabeça dos ajudantes restantes, incluindo Bárbara. Valeu, Jessica!
    Irritado, Walter disparou na direção da bancada. Por sorte, ninguém foi atingido.
-Quer saber? Posso fazer um trato – disse Walter – Eu libero vocês, desde que me deixem levar o rockeiro para matá-lo
-Feito – eu disse
-Não! – Karol exclamou – Me leva. Pode me levar
    Karol saiu de trás da bancada e foi até o centro da galeria.
-O que você está fazendo? – eu disse
-Eu sou a inútil do grupo – Karol respondeu – Pelo menos uma vez, eu quero ter a certeza de que sirvo para alguma coisa
    Walter me jogou no chão e pegou Karol. Ele colocou a arma na cabeça dela.
-Você, - ele apontou para Bianca – crie um escudo para que os policiais não me peguem. Se tentar dar uma de espertinha, estouro os miolos da sua amiguinha
    Bianca o obedeceu e criou o escudo. Conforme Walter saía do hotel com Karol, nós corríamos para checar os feridos.
-Ana! – Lucas se esforçou para gritar – Allanis... Ela está respirando. Ela está viva!
-O quê? Ela está viva? – disse Ana, surpresa – Ela está viva!
    Ana correu na direção de Allanis e sentiu seu pulso.
-O pulso dela está muito fraco – disse Ana
-Bianca, ligue para o hospital e fique aqui para ajudar Ana a leva-los ao hospital – eu disse – Jessica, venha comigo
    Eu e Jessica corremos até a porta da galeria e, em seguida, passamos pela saída do hotel. Haviam inúmeros carros de polícia e repórteres.
-Sr. Rocha, como está a situação? Poderia dar uma entrevista? – disse um repórter
-Me desculpa, mas não tenho tempo para isso – eu disse, me esquivando da multidão
    Fomos até o estacionamento e entramos em nosso carro. Jessica recitou um feitiço para rastrear Walter. Segundo Jessica, ele estava a 10km de distância da gente. Girei as chaves do carro e dirigi a velocidade máxima.
-Vire à esquerda – disse Jessica – Agora à direita. Direita de novo
-Não tem mais direita! Droga, Jessica! – exclamei
-Me desculpa, mas a cabeça de Walter está confusa. Estou fazendo meu melhor
    Jessica fechou os olhos e tentou se concentrar. Segundos depois, ela captou Walter novamente.
-Ele está a oeste daqui. Uns 5 ou 6 quilômetros, aproximadamente – ela disse
-Ok. Karol, estamos indo
    Girei as chaves do carro e voltei a perseguir Walter. Estávamos saindo da cidade. 20 minutos depois e estávamos numa estrada deserta. Dos dois lados da estrada haviam apenas árvores e mato.
-Tem certeza que está no caminho certo, Jessica? – perguntei
-Absoluta. Olha! – ele respondeu
    Lá na frente, a uns 30 metros da gente, estava o carro de Walter, correndo a mais de 100km/h.
-Onde está sua espada, Matheus? – Jessica perguntou
-No banco traseiro. Por quê?
    Jessica não respondeu. Ela apenas pegou a espada, recitou um feitiço e... a espada voou sozinha em direção ao carro de Walter! A espada acertou o pneu, que estourou e fez o carro capotar.
-Jessica, pegue Karol. Eu cuido do Walter – eu disse, pegando minha espada
    Fui até o carro capotado e quebrei o vidro do motorista para puxar Walter.
-Aberrações! Não se cansam de estragar minha vida? – Walter exclamou
-Walter, entenda, não é nossa culpa que June tenha morrido – eu disse – Você a amava. Eu sei como é doloroso perder alguém amado. Mas tragédias acontecem. Mesmo que ajudássemos sua esposa, um dia não estaríamos lá para ajudar e ela morreria do mesmo jeito. Agora, eu posso fingir que nada disso aconteceu e deixar você ir embora, Walter. O que me diz?
-Nunca!
    Então, Walter pegou minha espada para me atacar, mas antes criei um vórtice que o evaporou antes que ele fizesse isso.
-Matheus, você está bem? – Karol perguntou
-Eu estou. Você, nem tanto. Vamos, iremos a um hospital – eu disse
-E Allanis? – disse Karol
-Ah, não. Allanis! – exclamei
    E se eu perdesse alguém amado? E se...?