domingo, 27 de maio de 2012

51- Adeus (Parte 2)

    Leandro estava reunindo forças. Tentou formar uma aliança comigo, mas eu recusei, o que o levou a sequestrar meus amigos e suas famílias, e matar todos em seguida. Lucas e Nath escaparam graças à esperteza de Lucas. Leandro se revelou um demônio e trouxe o inferno à Terra. Por sorte, Chrono apareceu para nos levar 20 anos no passado.
    O que viria em seguida? Briga corporal.
-Por que você nos trouxe 20 anos no passado? – disse Lucas
-Para reverter a besteira que vocês vão fazer 20 anos no futuro – Chrono respondeu
-E com isso você quer dizer...? – perguntei
-Matem Leandro – disse Chrono
-Nós não podemos fazer isso – disse Nath – Nessa época, ele ainda é uma criança!
-Nathalia, na verdade...
    Antes que Chrono pudesse terminar de falar com Nath, eu e Lucas o interrompemos.
-Julie... Ela está morta. Jennifer também – disse Lucas, se mostrando perplexo – Minha esposa e minha filha estão... mortas
-Sinto muito, cara. Jessica e Jimmy também se foram – tentei ser consolador
-Faça-me o favor! – Lucas exclamou – Por que finge que se importa? Jessica era só um caso pra você. Eu tenho motivos reais para estar de luto
-Como é? – exclamei – Eu a amava!
-Não, não amava. Se amasse, nunca teria beijado aquela garota no bar – ele retrucou
-Eu estava bêbado e deprimido. Ah, e você fala como se seu casamento com Julie fosse perfeito
-Apenas aceite: Jessica nunca foi nada além de sexo para você
    Sem pensar, parti pra cima de Lucas e soquei seu rosto. Ele blindou o braço com pedra e golpeou meu peito, me jogando no chão. Ele tentou socar meu peito, mas eu desviei e ele acertou o chão.
    Corri até as costas de Lucas e dei múltiplos chutes nele, que passou para a forma d’água e usou um jato para me acertar.
    Ele iria me socar, mas eu me esquivei. Logo em seguida, lancei minha katana nos fios elétricos de um poste e os joguei em Lucas, fazendo-o cair no chão, incapacitado. Eu mirei no seu pescoço e preparei minha katana, mas Nath e Chrono me impediram.
-Meu Deus! As pessoas estão olhando! – Nath exclamou, me segurando
-Agora terei que voltar mais uma vez! – Chrono resmungou
    Chrono pegou seu relógio de bolso e o ajustou para voltar 30 minutos.
-Se comportem! – ele exclamou – Precisamos acabar com isso logo!
    Olhei melhor a paisagem. Estávamos na mesma rua onde eu e Nath morávamos durante nossa infância.
-Uau! Que saudade! – disse Nath, tendo um momento de nostalgia
-Não temos tempo para saudades – disse Chrono – Procurem por Leandro. O jovem Leandro
-Com a ajuda de quem? – Lucas perguntou, ainda mal-humorado pela briga
    Chrono, então, apontou para um grupo de crianças jogando futebol no fim da rua.
-Aqueles são...? – eu disse
-Você e Nathalia, com 7 anos de idade – Chrono respondeu
-Isso é tão humilhante – disse Nath
    Após isso, Chrono sumiu, nos deixando para agir sozinhos. Fomos até o grupo de crianças onde estavam minha versão menor e a de Nath também.
-Matheus? Nathalia? – disse Lucas
-Desculpa, não podemos falar com estranhos – disse a pequena Nath
-Querida, não somos estranhos – disse Nath – Aliás, como vai o Bob?
-Você o conhece? – disse a pequena Nath, assustada
    Segundo a estranha conversa delas duas, Bob era o amigo imaginário de Nath. Isso fez com que as nossas versões “mini” acreditassem no que dizíamos. Aproveitando a chance, perguntei por Leandro.
-Estranho, ele estava jogando com a gente e agora sumiu... – disse o pequeno Matheus – Para onde ele foi?
    Eu, Lucas e Nath trocamos um olhar preocupado.
-Crianças, por que não vão para dentro de casa? – disse Nath
    Eles fizeram como Nath pediu e entraram em suas casas. Iríamos procurar por Leandro, mas não foi necessário. O pequeno Leandro surgiu de trás de um poste e lançou uma pulsação sônica contra nós.
-Parece que você continua idiota mesmo depois de adulto – disse Leandro
-Eu não entendo – eu disse, confuso – Pensei que éramos amigos. E pensei que o pequeno Leandro não sabia de seus poderes
-Nunca fomos amigos. E, como um demônio, eu não envelheço. Sempre fui o mesmo – ele respondeu – Além do mais, era divertido tirar vantagem de você
    Leandro passou para sua forma adulta. Em seguida, suas unhas ficaram afiadas como garras, seus olhos ficaram vermelhos, seu cabelo caiu, os dentes ficaram pontiagudos, dois grandes e ondulados chifres surgiram em sua cabeça, e seu corpo ficou 3 vezes maior. Aquela era a verdadeira identidade de Leandro.
-Isso não é bom – disse Lucas
***
    Por um instante, fugi da realidade. E no momento que fiz isso, tive uma breve visão de todos que morreram durante o ataque de Leandro.
-O que vocês fariam? – perguntei
-Eu daria um chute naquela bunda. O desgraçado me matou! – disse Bianca
-Preciso de ajuda. Não sei o que fazer – eu disse
-Não podemos te ajudar, nos desculpe – disse Ana
    Me aproximei de Jessica, que trazia Jimmy em seus braços.
-Me desculpa – eu disse
-Volta pra lá – disse Jessica
    Todos eles sumiram e eu voltei à realidade. Leandro estava em sua forma verdadeira, e atacando Lucas e Nath. Eles estavam perdendo.
    Leandro socou o chão, causando rachaduras e derrubando Nath. Ele a pegou pelo pescoço e a lançou no muro de uma casa. Lucas passou para a forma de vento para enganá-lo. Em seguida, pulou nas costas de Leandro e golpeou seu pescoço com o punho de pedra.
    Peguei minha katana e fui ajudar Lucas com Leandro. Todos os golpes com a espada foram inúteis. Eu acertava os braços de Leandro e eles continuavam intactos.
-Quando é que você vai aceitar que não pode me vencer? – disse Leandro
-Quando é que você vai aceitar que eu não desisto? – rebati
    Leandro puxou Lucas pelos braços e o jogou num poste, que se partiu com o impacto. Lucas estava desacordado, assim como Nath. Que ótimo, eu estava sozinho!
-A cavalaria foi embora... Mostre o homem que você é! Aja sem precisar de reforços! – disse Leandro, tentando me provocar
    Ele me pegou pelo estômago, usando uma mão só, e me aproximou do seu rosto. Peguei minha katana e arranquei-lhe um dos chifres. Ele gritou de dor e me jogou no chão.
-Quem é o idiota agora? – eu disse, sarcasticamente
    Furioso, ele partiu em minha direção com suas garras. Fechei os olhos e esperei pelo impacto.
-Matheus? Matheus? – disse uma voz conhecida
    Abri os olhos novamente e dei de cara com Isa à minha frente.
-Vocês de novo? – eu disse – Ok, da primeira vez foi legal, mas agora está ficando chato. O que vocês querem?
-Você está fraquejando – disse Karol – Está pensando que vai perder. Você quer perder
-Não, eu não quero – argumentei
-Sim, você quer – Allanis retrucou – Você nunca teve problemas para enfrentar Leandro, mesmo sozinho
-Mas agora está com medo – Ana completou – E não há tempo para ter medo
    Elas estavam com razão. Eu estava inseguro simplesmente pelo fato de estar em desvantagem.
-Já estivemos em desvantagem antes – disse Bianca
-Vocês sabiam o que eu estava pensando? – eu disse, assustado
-Somos frutos da sua cabeça. O que você queria? – disse Isa, sarcasticamente
-Me digam o que fazer! – exclamei
-Lute – disse Jessica, seriamente
    Mais uma vez, todos sumiram e eu voltei à realidade. Leandro estava sobre mim, pronto para perfurar meu peito com suas garras.
    Antes que ele pudesse fazê-lo, Nath disparou lâminas contra ele e, em seguida, Lucas o atingiu nas costas com um pedaço do poste quebrado.
    Ambos continuaram a espancá-lo e, quando Leandro parecia derrotado, ele se levantou e chutou o tórax de Nath.
-Qual foi! Ele não morre? – ela resmungou
    Sobrou apenas Lucas. Ele disparou rajadas de fogo contra Leandro, que permaneceu intacto.
-Leandro! – exclamei – Sou eu quem você quer, não ele
-Já não era sem tempo – disse Leandro
    Ele correu até mim, pronto para perfurar meu peito. Mas, numa questão de segundos, o inesperado ocorreu: Lucas entrou na minha frente e teve o peito atingido pelas garras afiadas de Leandro.

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