sexta-feira, 25 de maio de 2012

50- Adeus (Parte 1)

PDV da Ana

    Depois de uma noite cansativa na festa de Nath, finalmente pude chegar em casa e descansar. A primeira coisa que fiz foi tirar o ridículo vestido de gala. Depois, me joguei na cama, pronta para dormir.
    Dei um beijo em Renato, mas antes que eu pudesse desligar o abajur, ouvi um barulho vindo da cozinha. Passos.
-O que foi isso? – eu disse, assustada
    Eu e Renato nos levantamos e fomos até a cozinha, onde encontramos pegadas. Essas pegadas nos levaram até o quarto de Rafael. Corremos, desesperados, até o quarto de nosso filho e encontramos Leandro segurando-o pelo pescoço.
-Larga ele! – gritei
-Oh, querida, não é tão fácil assim – disse Leandro
    Ignorando todo o bom senso, usei meu dom mutante para passar para a forma de tigresa e pulei na direção de Leandro, mas ele desapareceu. Segundos depois, ele ressurgiu atrás de mim e deu uma cotovelada na minha nuca, fazendo com que eu voltasse à forma humana.
    Tentei me levantar, mas não consegui. Eu estava imóvel. E Renato também.
-Vocês devem estar pensando “o que ele fez?” – disse Leandro – Bom, esse é um dos vários truques que aprendi enquanto vocês se preocupavam com julgamentos e quem ficava com a mansão
    Ele, então, pegou a mim e a Renato pela gola de nossas blusas – sem largar Rafael.
-Vocês três vem comigo – disse Leandro

Fim do PDV da Ana

    Antes de ir na casa de Nath, passei na casa de Allanis, Isa, Karol e Ana e não havia ninguém em nenhuma delas. Aquilo não estava bem.
    Liguei para Jessica e Lucas, pedindo que eles me encontrassem na casa de Nath. Pedi também que eles levassem as crianças. Deixá-las sozinhas não seria a melhor ideia.
-Pra quê tanto desespero? – disse Lucas
-Leandro... Ele me disse que quer matar todos nós – respondi – Eu já chequei a casa de todos. Não tinha ninguém em nenhuma delas.
-Ok... Marcelo, Julie e Jessica podem fugir com as crianças, para um lugar seguro, enquanto procuramos o pessoal – disse Nath
    Jessica chegou mais perto e me deu um beijo.
-Tenta não morrer, tá legal? – ela disse
-Ok, vou tentar – brinquei
    Os outros se despediram de seus cônjuges. Em seguida, Jessica fez um feitiço para levá-los pra bem longe dali.
-Certo. E agora? – disse Nath – Faz alguma ideia de onde Leandro esteja?
-Na verdade, tenho sim – respondi
    Restaurante Plaza’s. O mesmo restaurante onde Leandro me encontrou quando ele chegou em Hollywood. O restaurante estava fechado, mas Leandro abriu a porta para a gente.
    Lá dentro estavam Ana, Allanis, Isa e Karol, com suas famílias. Todas paralisadas. Para a nossa surpresa, lá também estavam Julie, Jenny, Marcelo, Eric, Cecília... Jessica e Jimmy.
-C-c-como? – gaguejei, confuso
-Não dá pra fugir dele – disse Karol
-Ele matou Bianca! – disse Allanis
-Ele o quê? – Nath exclamou
    Quando Leandro disse que ia matar todos, achei que estivesse blefando. Eu não fazia ideia de que ele fosse seguir adiante com o plano.
-Vamos começar o show – disse Leandro
-O que você vai fazer? – disse Ana
    Sem dizer nada, Leandro energizou seus braços e lançou um raio na direção de Karol, Leonardo e Daniella, pulverizando-os. Matou mãe, pai e filha.
-Não! Não!!! – Allanis gritou, num ataque nervoso – Seu desgraçado! Miserável! A filha dela só tinha 3 anos!
    Leandro se aproximou de Allanis e Pattison, e os pegou pelo pescoço.
-Vá em frente, seu infeliz! Eu não tenho nada a perder! – disse Allanis
-Seu desejo é uma ordem – ele respondeu
    Ele energizou suas mãos e eletrocutou ambos, matando-os na hora. Não consegui reagir, apenas fiquei sem expressão. Mesmo estando paralisado por Leandro, eu ainda podia falar, mas não tinha nada para dizer.
    Os próximos foram Ana e sua família.
-Pensa que eu tenho medo? – disse Ana – Eu vivi. Vivi uma vida incrível. Tenho uma família feliz e, como uma médica, salvei várias vidas. Quer me matar? Vá em frente
    Leandro se irritou com o discurso de Ana. Ele esperava que ela implorasse para ter sua vida poupada. Era isso que ele queria, mas não foi o que ele conseguiu.
    Tentando parecer indiferente, Leandro afiou o punho, como um diamante pontiagudo, e perfurou o peito de Ana, Renato e Rafael.
    A próxima da lista era Isa. Na verdade, ela era a que parecia mais calma. Como se quisesse morrer.
-Suas últimas palavras? – disse Leandro
-Philip é muito melhor na cama do que você – Isa deu um risinho
    Furioso, Leandro chutou Isa, derrubando-a no chão. Em seguida, quebrou-lhe o pescoço, assim como fez com Philip.
    Até ali, eu estava conseguindo controlar minhas emoções, mas perdi todo o controle ao ver que Leandro estava indo na direção de Jessica, Marcelo, Julie e as crianças.
-Sabe, eu poderia matar vocês – Leandro apontou para Nath, Lucas e eu – Mas acho que vocês sofreriam mais se as vítimas fossem eles
-Não. Não! – Nath gritou – Me mata! Me mata! Me mata, mas não mata eles!
-Ela tem razão! Nos mate! – Lucas gritou também
     Senti uma súbita falta de ar. Tentei exclamar algo, mas não consegui.
-Como sou muito bonzinho, serei rápido – disse Leandro, sarcasticamente
-Não, Leandro, não! – finalmente criei forças para gritar
    Então, Leandro apontou a palma da mão para nossos entes queridos e os pulverizou. Tentei me soltar, com todas as forças. Tudo que eu queria fazer era me soltar e espancar Leandro.
    Senti alguém me cutucar no ombro. Era Lucas. Mas ele ainda estava preso... Quem era aquele então?
-Como assim? Pensei que estivesse paralisado – sussurrei, para Leandro não ouvir
-Eu sou um clone, d’água. Vamos torcer para Leandro ser burro o suficiente – disse o clone. Em seguida, gritou para Leandro: - É tão corajoso quanto pensa? Venha batalhar. Quero vingar minha família
-Mas como...? – disse Leandro, confuso
    O clone de Lucas saiu do restaurante e Leandro o seguiu, fazendo nossa paralisia desaparecer.
-Eles... morreram. Puft, sumiram – disse Lucas, perplexo – Minha esposa e minha filha... se foram
-Você foi inteligente, mas agora temos que sair daqui – disse Nath
-Não, eu fiz isso por vocês. Vão, se salvem. Me deixem aqui, quero morrer – ele disse
    Nath ia dizer algo para fazê-lo se sentir melhor, mas Chrono apareceu e a impediu.
-Ninguém vai ser deixado para morrer – disse Chrono
-A gente perdeu! Ainda não entendeu isso? – exclamei – Das outras vezes, passamos por dificuldades, mas vencemos, porque o grupo estava completo. Agora, estamos quebrados!
-Eu os avisei! Várias e várias vezes! Mas vocês me ouviram? Não! – Chrono exclamou, furioso
    Leandro voltou. Ao passar pela porta do restaurante, ele colocou a mão no chão e fez toda a superfície entrar em chamas.
-O que está fazendo? – eu disse
-Trazendo o inferno pra Terra – ele respondeu – Sou um demônio, esqueceu? O plano de fuga foi esperto, mas não funcionou
-Rápido, me deem as mãos! – disse Chrono
    Fizemos como ele mandou. Numa questão de segundos, Leandro e o lugar em chamas desapareceram. Quando abrimos nossos olhos, demos de cara com um singelo e pacato bairro residencial.
-Espera, eu conheço esse lugar... – disse Nath – Onde estamos?
-20 anos no passado – Chrono respondeu
-Você nos trouxe à nossa infância? – exclamei

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