segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

17- A Gangue F

   Haveria um grande evento em Los Angeles com várias bandas de rock, e os PsyckoManiacs eram uma delas.
   Eu e o resto da banda estávamos nos bastidores, preparando os instrumentos para o show. Seríamos os próximos depois do Slipknot.
   Enquanto nos preparávamos, Nath e Lucas C entravam nos bastidores. Eu tinha pedido que eles agissem como os seguranças do show, mas eles não estavam tão satisfeitos com o “emprego”.
-E aí, como vai o emprego? – perguntei
-Colocamos um bêbado arruaceiro pra fora do estádio – Nath respondeu, um tanto desanimado
-Não fiquem tão desanimados! – eu disse – Pelo menos podem ouvir música de graça
-Pra isso ficaríamos em casa – Lucas retrucou
    Um cara passou nos bastidores para nos avisar que o show do Slipknot acabou e que agora era a vez dos PsyckoManiacs. Nós fomos até o palco, deixando Nath e Lucas para voltar aos seus trabalhos de segurança.

PDV da Nath
  
   Matheus e os PsyckoManiacs subiram ao palco e me deixaram para trás com Lucas.
-Vamos voltar? – eu perguntei
-Fazer o quê? É o nosso “trabalho”, pelo menos por hoje – disse Lucas
   Voltamos para o lugar onde estava a plateia. Eu fui observar o lado esquerdo do ginásio, enquanto Lucas observava o lado direito.
   No ginásio havia um quiosque, onde as pessoas compravam aperitivos durante os intervalos do show. Infelizmente, também era lá onde a maioria comprava bebidas, fazendo com que ali fosse onde ocorresse a maioria das confusões.
   Me sentei num dos bancos que haviam em frente ao quiosque e fiquei tomando conta do local, esperando acontecer alguma confusão. O que eu não esperava era que eu estivesse envolvida na confusão.
   Um cara alto, bombado, de cabeça raspada e aproximadamente de uns 30 e poucos anos, se aproximou de mim.
-E aí, delícia? – disse ele
-Não estou interessada – eu disse, friamente
   Me virei para o outro lado, mas o cara insistiu e veio tentar me beijar à força. Ele usou suas mãos enormes para me segurar.
-Me larga, seu tarado! – gritei
    De repente, me lembrei da minha super-força. Me concentrei o máximo que pude e dei um chute no joelho do cara. Ele gritou de dor e me largou no chão.
-Fora desse ginásio. Agora! – ordenei
-Vadia – o cara praguejou – Eu tenho amigos e irei voltar com eles
-Vai me apresentar seus namorados? Ai, que fofo! – rebati
   Passei a mão na roupa para tirar a poeira e me recompus. Depois, fui até o lado do ginásio onde estava Lucas.
-E aí? Alguma coisa? – perguntei
-Nada. E você? – ele disse
-Só mais um bêbado – respondi – Ele tentou me agarrar, mas eu consegui me soltar. Disse que ia voltar com os “amigos” – revirei os olhos
    Foi aí que ouvimos um estrondo, vindo da direção da porta do ginásio. Quando vi, Lucas estava com uma expressão de espanto.
-O que? O que foi? – perguntei
-Hã... Aquele é o cara que te agarrou? Se for, ele trouxe mesmo os amigos – ele disse
    Me virei em direção à entrada do ginásio e lá estava o cara que me agarrou, junto com outros 4 caras, cada um em cima de uma placa de metal flutuante. Um segurava um serra elétrica; outro segurava algo como bombinhas brilhantes; outro tinha uma mochila com algo feito ácido e uma mangueira para dispará-lo; e outro tinha uma espécie de óculos que disparava lasers. Já o cara que me agarrou tinha armas em seus braços, ombros e um cinto que disparava.
-Ferrou – eu disse

Fim do PDV da Nath

    Os PsyckoManiacs já estavam na 6ª música, e o público delirava com o zp Thearth cantando. Só que quando estávamos indo para a 7ª música, eu pude ver pequenas explosões ocorrendo na entrada do ginásio.
    De repente, Nath subiu ao palco, tomou o microfone da mão do zp Thearth e disse para a plateia:
-O show acabou. Podem ir pra casa – ela disse
    Indignado, saí de trás da bateria e puxei Nath para um canto, pra questioná-la.
-O que é que você tá fazendo? – perguntei
-A gente tá precisando da sua ajuda. Vem comigo – disse ela, me puxando pelo braço
    Ela me levou até a entrada do ginásio, onde Lucas lutava com uns 5 caras. E estava indo mal: um dos caras o pegou pelo pescoço e o jogou numa barraca de lembrancinhas.
-Tudo bem aí? – perguntei
-O que você acha? – ele rebateu
    Um cara veio e lançou umas bombinhas na barraca, mas Lucas se blindou passando para a forma de pedra. Enquanto ele cuidava do cara das bombas, eu e Nath íamos falar com os outros caras.
-Quem são vocês? – perguntei
-Pode nos chamar de Gangue F – disse um cara cheio de armas, provavelmente o líder
-F? F de quê? – eu disse
-É porque nós somos “feras” – respondeu um cara de óculos
-“Feras”? Ai, que coisa brega! – disse Nath
     Irritado, o líder da gangue se aproximou de Nath e tentou socá-la. Antes que ele pudesse fazer isso, Nath segurou seu punho e virou um pouco seu braço para o lado. Depois, deu uma joelhada no estômago do cara, o pegou pelo ombro e o jogou no chão.
-Nunca mais, NUNCA MAIS, coloque seu punho na minha direção – ela disse, seriamente
    Olhei para ela com expressão de medo.
-Contanto que não tente me socar, tá tudo tranquilo – ela deu um sorriso
    Para honrar o chefe, os outros caras vieram nos atacar. O com a mochila de ácido e o cara de óculos laser vieram atrás de mim. O com a serra elétrica foi atrás de Nath.
    Corri para me esconder atrás de uma das barracas do festival, mas eles me acharam. Peguei um pedaço de madeira numa das barracas e tentei lutar contra eles, mas o cara do ácido derreteu a madeira. Então, me lembrei de um truque que eu poderia usar: meus vórtices. Criei um vórtice que engoliu a mochila de ácido do cara.
-Ainda se achando durão? – perguntei
    Dei um soco na cara dele e ele desmaiou.
    Enquanto eu fugia do cara com óculos-laser, passei por uma barraca que tinha um espelho como prenda. Perfeito.
-Ei, aqui! Não quer me pegar? – berrei
    Ele caiu na armadilha rapidinho. Na hora que ele lançou o laser, peguei o espelho e coloquei na minha frente. O laser voltou na direção do cara e ele caiu no chão, desmaiado.
    Saí à procura de Nath e encontrei ela e Lucas.
-Já demos um jeito nos outros – disse Lucas
-Peraí, vocês deixaram eles sozinhos? – eu disse
    Voltamos para procurar pela Gangue, mas eles já tinham ido embora.
-Eu não acredito – eu disse, colocando a mão no rosto
-Bom, se eles voltarem, agente dá conta – disse Nath
    Olhei ao redor e vi que ainda sobraram algumas pessoas no ginásio, provavelmente curiosas pela briga.
-Talvez a gente continue o show – eu disse – Vão continuar de seguranças?
-Não, definitivamente não – Lucas e Nath disseram juntos
-É, eu já sabia – eu disse, com um sorriso
    Uma coisa eu sabia: essa não seria a única vez que veríamos a Gangue F.

Um comentário: