terça-feira, 27 de março de 2012

38- Um Pedacinho do Paraíso (Ato II)


*Continuação do capítulo 36, “Um Pedacinho do Paraíso (Ato I)”

    De acordo com a explicação dos guardiões, Susan Learth foi encontrada por sua irmã, Amanda Learth, morta em sua cabana, com o pescoço quebrado. Supostas testemunhas me viram entrar na cabana delas duas na hora do crime. Mas eu não tinha feito nada!
    Os guardiões fizeram algo para me deixar desacordado por um tempo. Quando abri os olhos novamente, estava num lugar escuro, amarrado a uma cadeira.
-Ei, que lugar é esse? – exclamei
    Sem responder nada, um dos guardiões se aproximou e socou meu rosto. Outro veio e fez o mesmo. Um terceiro surgiu e chutou minha perna. Mais um veio e me empurrou com força, fazendo com que eu batesse a cabeça na parede. Com o tempo, a dor se tornou tontura. Eu estava quase apagando de novo, mas fiz um esforço.
-Não resista. Será pior – disse um guardião
-Não é o que eu acho – retruquei
-Então espere só – outro guardião me respondeu
    Eles saíram e eu fiquei sozinha na sala escura. Olhei ao redor e tive uma surpresa: minha katana estava apoiada na parede perto de mim. Tentei empurrar minha cadeira até a parede. E consegui. Rapidamente, cortei minhas cordas com a espada e a escondi atrás da cadeira. Depois, esperei até que os guardiões voltassem.
    Alguns minutos depois, eles voltaram, segurando pedras.
-Se a socos e chutes você resistiu, vamos ver se você resiste a pedradas – disse um deles
    Quando eles se prepararam para lançar as pedras, pulei da cadeira com minha katana. Parti pra cima de um deles e furei seu peito. Um líquido preto e viscoso escorreu do ferimento. Enquanto isso, decapitei outros dois. Sobrou apenas um. Cravei minha espada em sua cabeça. Quando seu capuz caiu, pude ver que sua cabeça era apenas uma caveira. Fiz questão de esfarelá-la com minha espada.
-Pronto. Já fui punido o suficiente? – eu disse, sarcasticamente
    Assim que falei isso, mais 3 guardiões apareceram na porta da sala escura, para checar o que aconteceu com os primeiros encarregados. Não precisei fazer muito esforço: sem precisar dar 10 passos, arranquei a cabeça dos 3 de uma vez.
    Logo após tudo isso, guardei minha katana em sua bolsa e a coloquei ao redor do meu tórax. Daí, fui para o lugar mais longe possível da sala de tortura.
    Depois de correr bastante, parei atrás de uma árvore para repor o fôlego. Mas eu não pude ficar parado por muito tempo: Amanda Learth apareceu.
-Seu desgraçado! Era a última vida dela! – Amanda gritou
-Olha, não fui eu quem fez isso – tentei explicar
-Infeliz. Ei! Matheus Rocha está aqui! – ela berrou
    As pessoas logo começaram a me encarar. Merda. Não fiquei para me explicar, apenas corri. Eu tinha acabado de matar 7 guardiões, isso não ficaria bem no meu currículo.
    Desci um morro e me escondi numa caverna. Dali pude ouvir duas garotas que passaram conversando:
-Você sabia? Há um fugitivo entre nós! – disse uma
-Jura? – a outra perguntou – Sim. Disseram que ele matou vários guardiões e chegou a esgotar o estoque de uma garota
    Ah, que ótimo. Eu tinha virado um fugitivo. Viver como fugitivo seria difícil num ligar sem nenhuma tecnologia para me esconder.
-Matheus, o que faz aqui? – ouvi alguém dizer
    Dei um pulo. Quando me virei, vi Jack Williams atrás de mim.
-O que foi? Vai me entregar? – eu disse, desconfiado
-Na verdade, não. Acredito que você seja inocente – ele disse
-Sério?
-Sério
    Tenho que admitir: fiquei com a pulga atrás da orelha. Eu matei 7 guardiões! Nem eu mesmo acreditava no que eu dizia.
    Jack me levou até um lugar distante e me abrigou em uma cabana.
-Obrigado, eu acho – eu disse
    Parei para respirar um pouco. As coisas estavam sendo muito rápidas desde que me acusaram de matar a irmã de Amanda. Eu precisava descansar um pouco.
    Fechei os olhos para me concentrar. Assim que fiz isso, algumas memórias antigas começaram a pipocar em minha mente. Uma amiga minha, enquanto eu estava vivo, disse que ela já enfrentara um ser chamado AL, abreviação para... Amanda Learth. E o pai da minha namorada, era um ditador, anti-mutantes. E ele se chamava Jack Williams.
    Antes que eu pudesse prosseguir, Jack passou uma corda ao redor do meu pescoço. Tentei me soltar, mas não consegui. Tudo se apagou e perdi minha 2ª vida do estoque.
    Quando acordei novamente, continuava na mesma cabana. Jack não estava mais lá.
    Comecei a ligar os pontos: Jack poderia estar querendo continuar sua vingança após a morte. Queria me incriminar pela morte da irmã de Amanda. Ou então... Ou então eles poderiam estar trabalhando juntos. Meus alvos: Jack e Amanda.
    Voltei ao vilarejo onde Amanda morava. Fui me esgueirando em meio às árvores para que os outros moradores não me vissem. Cheguei na cabana de Amanda  e a levei para a floresta comigo.
-Me larga! Me larga! – ela gritou
-Cala a boca, vadia – eu disse – Pensa que eu sou idiota? Amanda Learth. AL. Estou me lembrando. Agora sei. Você não presta. Jack Williams estava junto com você, certo? Tentaram me incriminar. Mas por que você? Nós nem mesmo nos conhecemos em vida
    Por um instante, ela se calou. Mas foi por pouco tempo. Logo, ela começou a gritar, pedindo por ajuda.
-Mandei ficar calada! – esbravejei
    Coloquei minha katana em seu pescoço e puxei. O sangue começou a escorrer e seus corpo e cabeça sem vida caíram no chão.
    Antes que os outros moradores do vilarejo pudessem dar falta de Amanda, saí dali. Porém, quando cheguei do lado oposto da floresta, 4 guardiões me pegaram.
-Alguma chance de me considerarem inocente? – brinquei
-Já chega. Você será levado para a suprema – disse um deles
    Ele pegou uma foice e a bateu 3 vezes no chão, abrindo uma espécie de portal. Então, fomos levados até algo como um salão escuro. Mary esperava, sentada em um tipo de trono.
-Você desrespeitou as regras. Ao extremo – ela disse
-Jack Williams tentou me matar! E matou Susan Learth! – argumentei
-Não. Isso foi tudo um plano. Ele fez o que os outros guardiões não conseguiram. Te puniu
    Naquele exato momento, lembrei de algo: nas histórias que ouvia dos meus amigos, nunca mencionaram o fato de Amanda Learth ter uma irmã. Como eu nunca enfrentei ela, eu supus que ela tinha uma irmã, o que significava...
-Nada disso é real, não é? – eu disse
-Como? – Mary se fez de boba
-Agora eu me lembro. Fui atacado. Minha espada atravessou meu abdômen. Mas eu não morri. Isso tudo é coisa da minha cabeça. Essa é a minha mente. Aqui quem manda sou eu
    Com um piscar de olhos, os guardiões sumiram. Fechei o punho e raízes saíram do chão para prender Mary.
-Não! – ela gritou
-Bum! Você já era – eu disse
    Todo o lugar começou a ruir, e aí... tudo sumiu. Quando abri os olhos, vi que eu estava deitado numa cama de hospital.
-É. Eu estou de volta – eu disse
    27 anos. Vocalista e baterista da banda PsyckoManiacs. Namorado de Jessica Williams, uma feiticeira. 1 filho que ainda não nasceu. 7 amigos: Nathalia Silva, Lucas Costa, Ana Carolina, Allanis Rodrigues, Bianca Tavares, Isabela Lisboa e Karoline Santos. Eu sou Matheus Rocha e essa é minha vida. Agora estou de volta, e não irei embora tão cedo.

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