quinta-feira, 15 de março de 2012

35- Fim de Jogo

    Estávamos todos – menos Ana – reunidos no funeral de Alice. Alguns familiares e amigos compareceram. Derek e o pai de Alice eram os mais arrasados, choravam a cada palavra dita pelo pastor, que fazia um discurso sobre a batalhadora que Alice tinha sido enquanto viva.
    Assim que a cerimônia acabou, olhei para Isa e ela fez um sinal afirmativo. Então, prossegui:
-Pessoal, antes de irmos, vamos passar no hospital para ver Ana. Quero todo mundo reunido – eu disse
-Por quê? – Karol perguntou
-Na hora vocês todos vão saber – respondi
    Fomos até o hospital onde Ana estava. Bianca havia sido liberada para ir ao enterro de Alice, mas Ana não quis ir. Assim que chagamos, fomos direto ao seu quarto.
-Todo mundo aqui? Que estranho... – ela disse
-É porque temos algo muito importante a dizer – Nath respondeu
-Muito importante mesmo – Lucas enfatizou
-Tá, e o que é? Esse suspense tá me matando! – Allanis exclamou
    Respirei com força. Nem eu havia conseguido processar tudo, então precisava ir com calma.
-Quem está por trás dos assassinatos das amigas de Jessica, e quase matou Isa, Ana e Bianca... é Leandro – eu disse
***
    Eufóricos, todos começaram a falar ao mesmo tempo. Estavam confusos. E eu entendia, pois eu era um dos que estavam mais confusos.
-Como assim? Esse tempo todo estávamos próximos a um assassino? – disse Bianca, confusa
-Eu quase morri por causa daquele desgraçado? – disse Ana
-O que a gente faz? – Karol perguntou
    Parei para analisar a pergunta de Karol. Leandro ainda achava que éramos seus amigos, mas não sabia de que nós já tínhamos descoberto a verdade. Tínhamos o elemento-surpresa.
-Vamos atacar. Essa noite – respondi

PDV do Lucas

    Estava combinado, Naquela noite, iríamos atacar Leandro. Matheus fingiria uma conversa sobre futebol ou qualquer coisa. Quando Leandro estivesse despreparado, nós atacaríamos e o mataríamos de uma vez.
    Fui para casa, descansar antes da batalha. Julie estava em seu escritório, desenhando alguns vestidos – e Jenny a ajudava colorindo os rascunhos.
-Como vão minhas garotas favoritas? – eu disse, beijando Julie em seguida
-Ótimas – Julie respondeu – Jenny coloriu muito bem os meus desenhos. Acho que ela será uma ótima designer, assim como a mãe
    Jenny estava sorrindo enquanto pintava, mas seu sorriso sumiu de repente e ela largou os desenhos. Seus olhos estavam amarelos. Ah, não, ela leu minha mente.
-Quero participar da luta também – disse Jenny
-Lutar? Do que ela está falando? – Julie perguntou
    Expliquei tudo a Julie. Assim que terminei de explicar, nossa resposta para Jenny foi a mesma: “não”.
-Por quê? – Jenny insistiu
-Porque você só tem 5 anos – respondi – Ainda é uma criança. E essa batalha será perigosa
-Vou fazer 6 em 2 meses e já controlo meus poderes, além de descoberto novos. Eu sou poderosa. Ontem mesmo curei tia Isa.
-A resposta é não – Julie decretou
    Mas Jenny não havia terminado a conversa.
-Eu vou insistir até vocês deixarem – ela disse
-Você é a nossa única filha – eu disse – Não sei o que faríamos se algo acontecesse a você
-Não vai acontecer. Lembra de que sou a mutante mais poderosa de todos? Ainda lembro dessa história.
    Uma coisa não dava pra negar: Jenny puxou minha teimosia. Depois dela muito insistir e argumentar, acabamos permitindo que ela participasse da batalha. Mas algo me dizia que isso foi um erro.

Fim do PDV do Lucas

    Chegou a noite. Leandro foi até minha casa pra assistirmos um jogo de futebol. No meio do jogo, desliguei a TV e resolvi ir direto ao ponto.
-Nós já sabemos, Leandro – eu disse
-Sabem de quê? – ele disse, se fazendo de confuso
    Puxei a almofada do sofá e saquei minha katana. Eu a coloquei no pescoço de Leandro, imobilizando-o. Porém, ele lançou um raio em meu peito, me empurrando em direção à parede.
-Você é tão idiota – ele disse – Por que você acha que eu pegava tantas garotas? Eu sugava a energia delas, para me dar força. Já peguei umas mutantes também, ou seja, suguei os poderes delas. Sou invencível
-Ok, nem tanto – disse Nath
    Nath, Allanis e Lucas surgiram, atacando Leandro com tudo que podiam: lâminas, pedras e choques elétricos. Com os ataques, Leandro foi lançado ao quintal, Jessica usou um feitiço para prendê-lo ao chão, enquanto Marcelo o socava.
    Leandro se soltou e empurrou Marcelo. Lucas foi atacá-lo, mas foi golpeado e caiu na grama.
-Pai! – Jenny gritou
    Os olhos dela ficaram vermelhos. Eu sabia o que isso significava.
    De repente, seus braços se tornaram eletricidade; seu tórax se tornou ar; suas pernas se tornaram água; seu rosto se tornou pedra; e seu cabelo se tornou fogo.
-Você machucou meu pai! – disse Jenny, com uma assustadora voz deformada
    Uma cúpula elétrica foi se formando nas palmas de suas mãos e crescendo cada vez mais.
    Lucas se levantou e correu até sua filha. Ele passou os braços ao redor do tórax dela e tentou segurá-la.
-Jennifer, acalme-se! – disse Lucas
    Um pulso elétrico afastou Lucas de Jenny. Enquanto isso, a cúpula elétrica criada por ela foi crescendo cada vez mais, até ficar do tamanho de uma casa inteira. Então, Jenny lançou a enorme cúpula elétrica na direção de Leandro. Mas aí veio a surpresa: Leandro havia absorvido o poder da cúpula.
    Logo, Leandro recriou as duas cúpulas de energia, agora maiores, e... as lançou na direção de Jenny. Ela foi lançada com tudo contra a parede da minha casa e desmaiou.
-Jennifer! – Lucas gritou
    Lucas ia atacar Leandro, mas eu o impedi.
-Vá ver como Jenny está, eu cuido de Leandro – eu disse
    Ele assentiu. Saquei minha katana novamente e fui até Leandro.
-Qual é, Matheus! – disse Leandro – Somos amigos. Vamos ser parceiros!
-Não, obrigado. Já tenho os parceiros de quem preciso – retruquei
    Pulei nos ombros de Leandro e cravei minha katana no topo de sua cabeça. O sangue começou a jorrar e ele desabou no chão.
-Vencemos. Vencemos! – gritei
    Corri até o pessoal e demos um abraço em grupo. Começamos a comemorar, nossos problemas tinham acabado.
    Mas aí, aconteceu. Foi tudo muito rápido. Quando me virei, vi Leandro se levantando lentamente. Ele retirou a katana do alto de sua cabeça e a lançou em nossa direção. Jessica estava na mira.
-Jessica, cuidado! – exclamei
    Empurrei Jessica para o lado, e aí... a espada atravessou meu abdômen. O sangue começou a escorrer. Minha visão ficou embaçada e eu fiquei tonto.
-Matheus! Não! – Jessica exclamou, desesperada
    Caí no chão. Comecei a me sentir fraco.
-Calma, você vai ficar bem – ela disse – Chamem uma ambulância!
    Antes que eu pudesse dizer algo, minha visão escureceu. E então, acabou. Tudo se acabou.

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